GEOTERAPIA FAZ BEM
Vivencio um completo conforto. Nem ouso abrir os olhos com medo de ser um sonho, porém vejo, com olhos internos, uma luz azul que envolve a mim e ao lugar onde estou. Mesmo sabendo que, fisicamente, estou num espaço de total aconchego, parece que o espaço cósmico é onde descanso meu corpo cheio de dores que me são necessárias para o aprendizado da escola da vida, mas que bem poderiam amenizar. Entrego-me, apenas entrego-me...
Depois dessa luz azul, o que passa a envolver tudo é uma cachoeira. Sua queda não é colossal, não é espetacular, mas carinhosamente suas gotas me abraçam... Como abraçam gostoso! Que sensação de paz! O tempo, este conhecido que vivo querendo domar, deixa de existir. O agora é metamorfose do sempre e o sempre é metamorfose do agora. Não há qualquer demarcação. A única marca é a água límpida doando-se em gotas. Percebo que o enorme buraco que havia na região do estómago (aprendi que é o meu plexo solar), não há mais neste agora-sempre. Nem a impressão de desfalecer por estar em ambientes com mais gente.
Voltar faz parte do processo. Volto, pois, dessa viagem de relaxamento! Percebo ainda algumas dores, mas bem menos intensas e as de dentro apaziguadas.
Vou para casa e carrego junto comigo: nas mãos, uma garrafa de chá para tomar até de noite; no corpo todo, a sensação das ervas da terra, tão pródigas, ainda trazendo perfumes ao meu olfato e sabores inéditos ao meu paladar, entranhando no meu tato, visitando meus ouvidos em sons sutis, e dando à minha visão as mais enriquecedoras imagens; no coração, a postura confiante da terapeuta, junto à sensação de acolhimento como há muito não sentia.
Chego em casa, tomo certinho o chá. Não consigo - nem preciso - comer nada. Alimentada estou com tudo. Satisfeita. Entrego meu corpo ao repouso...
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