FORMOLLISMO
Aquilo que quero dizer, não digo.
E digo aquilo que queres ouvir.
Se o terreno não é limpo,
O que quero dizer é para causar implícita impressão.
Discutir com homens da ciência: impossível,
Se existe perdas e hierarquias.
Discutir como homens de ciência, sim,
Sem defesas, amarrações, compromisso com a verdade.
Como ainda não vivi isto,
Seguirei na eterna procura.
Enquanto isto, pisarei em conversas como desta noite:
Ressalvas, julgamentos e caricaturas.
Coisas estão em jogo. Um jogo de póker.
E proclamam: isto é ciência! Tenho publicação!
Conheço gente que entrou neste jogo,
Lutou, lutou e morreu.
Enquanto viver este sistema infame de competição do MEC,
Um come o outro e empanturrados ficamos!
E, pela emoção fraca é que nos comunicaremos:
Digo algo para dizer que sou melhor,
Não revelo para me esconder na trincheira, e atirar,
Espetei aqui e fui espetado!,
Justifico para dizer: "não me olhem com esta cara, ainda quero ser aceito!",
e riem da pessoa: Bobo! blefou errado!
Formollismo não é vida: o corpo contraí,
O pescoço cerra, o queixo treme, a língua despressuriza,
O medo reina, a cabeça busca defesas, mente, vinga.
Sobra o cansaço, nada nasceu!
O cansaço, a gravata, o alívio,
O deboche, todo falso elogio.
fecha a banca: ou fiquei pobre, ou fiquei rico.
Sozinho, contabilizo - triste relação de relações tristes.
EMRIQI
meu novo pseudônimo
weberleao@yahoo.com.br |