C’EST FINI
Ouço um toque. Quem bate à minha porta?
Falei pensando que o correio fosse.
- Passa-me, por favor, teu passaporte,
Vamos partir... Já chega de matéria!
Pensei num filme de Carlitos, disse-lhe:
- Muito bom dia! A seu dispor, senhora!
Com a cara mais feia deste mundo,
Estende o braço, me apontando o chão.
O olhar feria o fundo do meu ser,
Eis um longa-metragem: – Apareciam
O filho, o livro, a árvore plantada.
E um seguro de vida na parede,
A receita do médico à cabeceira,
Meus desejos ficando... E eu partia!
Francisco Miguel de Moura
Poeta do Brasil
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