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cronicas-->A ARCA DE NOE -- 03/04/2006 - 07:52 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Em sonhes pedi licença, ao autor. alguém que indelicadamente eu esqueci seu nome, para executar esta pequena adaptação que espero venha a servir de lição a todos os "Engenheiros de Obras Feitas.

Absalão voltava de uma expedição de caça quando senão surge-lhe a frente o "Criador", Absalão, pasmo prostra-se ao solo em orações pedindo perdão pelos pecados cometidos e até mesmo pelos ainda a cometer, quando o senhor com sua voz de trovão brada-lhe:

"Absalão ! Eu estou cansado dos homens e dos seus pecados por isso resolvi a acabar com toda a humanidade e recomeçar tudo de novo com o bem pouco que me reste. Dentro de quarenta semanas farei chover quarenta dias e quarenta noites. O mundo todo ficara em baixo da água. Morrerão todos os homens e mulheres, cães e gatos e todos os animais. Porém tu deveras escolher quarenta justos, e um casal de cada animal para salva-los em uma grande embarcação."

Absalão agradeceu e foi-se embora pensativo. Tinha três problemas a resolver. Construir uma embarcação capaz de um efetuar um transporte daquele tamanho. Escolher, com justiça, quarenta justos. Manter entre o segredo.
Durante três semanas ele equacionou os problemas pensou, meditou, debalde tentou consultar o criador, mas ele estava sozinho o senhor escolhera-lhe, dera-lhe a missão e não pretendia auxilia-lo em mais nada até porque se ele quisesse teria feito sem a sua ajuda.
Na quarta semana uma luz, Nóe e seus filhos tinham experiência em construir balsas para transporte de animais. Talvez ele fosse o homem indicado para essa tarefa. Mas será que ele poderia ser um dos escolhidos? Claro que não. Ele não pertencia a mesma classe. Já tinha sido rejeitado para o ingresso no conselho de anciões. Mas ele não precisava saber tudo, somente o necessário. Mandou chama-lo explicou-lhe o necessário e possível. Nóe coçou a longa barba branca, analisou a encomenda e pediu duas semanas para apresentar ante projeto.
No prazo estipulado aparece Nóe acompanhado de um dos filhos Cam. Já restavam 35 semanas do prazo estipulado por Deus. Mas Absalão tinha aproveitado essas duas semanas na escolha dos quarenta justos, estava muito longe de completar a lista mas, o assunto estava bem encaminhado. Apesar de que durante o processo descobrira mais um complicador. No inicio ele pensara no conselho de Anciões. Descartando logo. Pois como começaria o mundo novamente contando com velhos? Ele necessitava de quarenta justos capazes de uma reprodução acelerada. Nóe apresentou-lhe os planos, mas precisava de mais uma tarefa dele. As contratações de seis lenhadores para o corte das madeiras, previstas em mil arvorem. Ele e os três filhos encarregar-se-iam da construção da embarcação propondo-lhe as pessoas:

" Próximo a minha cabana vivem seis lenhadores, os quais pela estação do ano encontram-se com folga de trabalho podendo trabalhar para mim somente pela comida".

Absalão pensou um pouco e respondeu;

" Melhor não! eu mesmo encarregar-me-ei disso"

E lá nos seus botões pensou:

"Quem sabe lá quem serão esses vizinhos do Nóe? Que baita borrachos Não serão? Nóe é um bom homem, mas, nunca foi lá muito de escolher as amizades."

Nóe não gostou da recusa, mas nada comentou, voltou para a sua aldeia.
Absalão durante uma semana pensou em quem contrataria, tinham de serem homens fortes, decididos trabalhadores para no máximo em duas semanas encostarem toda a madeira. Estava nesse dilema quando casualmente encontrou Arão homem com experiência em contratar gente, segundo ele tinha sido encarregado do recrutamento de pessoal para a contratação l na construção de templo de Salomão (acontecida mil e duzentos anos após o dilúvio). Arão viu a grande oportunidade de resgatar sua, já desgastada, imagem na tribo e seguiu dando aula, para Absalão, de como teria de ser feita a contratação do pessoal:

"A primeira vista parece simples uma contratação de seis lenhadores. Mas note-se toda a complexidade a ser levada em consideração, o porte do homem, sua habilidade no uso do machado, sua saúde, seus princípios moraes, sua capacidade de trabalhar em grupo, seu temperamento, etc. Este ultimo quesito importantíssimo pois estes homens estarão trabalhando sozinhos e com uma arma ultra perigosa! O machado. Por isso para contratar-se seis lenhadores em primeiro lugar tem de se fazer uma seleção num universo de no mínimo cinquenta elementos. Nessa empreitada com certeza necessitarei de mais dois auxiliares, e um psicólogo. Mas não se preocupe mandarei chamar José de Arimatéia, Saul e Isac, que já me auxiliaram em outras oportunidades."

Satisfeito Absalão passou a preocupar-se com as escolha dos quarenta justos, ele contaria uma parte da estória, diria ser simplesmente uma mera viajem de turismo. Nunca conseguiu o número pedido por Deus. O máximo alcançado chegou a trinta e dois e terminando em 29. Como sempre acontecia e a exemplo do pouso dos tropeiros la do final do século XX DC. O grupo era constituído por meia dúzia interessado, uma maioria esmagadora de espectadores entre eles as famosas Marias-vão-com-as-outras e, embora naquela época ainda não houvessem maquinas de escrever, haviam os famosos retrocessos tão comuns em todas as organizações. Aqueles que na hora de fazer nunca estão presentes. Mas quando tudo esta pronto aparecem para fazer desmanchar e começar de novo.
Logo de início apareceram primeiro devagar e depois em volume assustador as complicações. Se todos iriam passar quarenta dias em um barco, eles teriam na participar da construção desse barco. Eles teriam de promover reuniões para deliberarem sobre esse assunto. Para que as reuniões fossem proveitosas, teria de haver uma diretoria. Não podendo tudo ficar nas mãos do presidente.Teriam de ter recursos para material de expediente e outras pequenas despesas. Ninguém lembrou do custo da Arca. Também necessitavam de alguma coisa para escrito para se orientarem Teriam de ter um regulamento interno e um estatuto.Assim ficou constituída a Diretoria provisória. BConstrução da Arca. Absalão, presidente nomeado por Deus. Madelena, (numa cópia do século XX DC, pois graças a Deus naquela época as mulheres ainda não se metiam em assuntos dessa natureza, embora cortar lenha e quebrar pedra fosse serviço de mulher.) a secretaria. Yardim, tesoureiro. Nóe mestre de obras navais.
Araão viajou para a beira mar aproveitando a temporada de pesca, pretendia encarregar-se do abastecimento de peixe de mar para a aldeia. Na décima semana Yardim demite-se da tesouraria e viaja para visitar familiares seus.
Madelena e Saara por não verem ninguém, providenciar no tão badalado regulamento interno e estatuto. Resolverem elas mesmas fazerem-no. Durante noites a fio de duas semanas elas escreveram tudo em folhas de bananeiras.
Décima quinta semana. Os lenhadores ainda não haviam sido contratados. Noé debalde tenta falar com Absalão para apressar o cote das madeiras. Alkimim, em meio a reunião exaspera-se com a insistência de Noé. Dizendo:

"Será que esse velho não enxerga o quanto estamos ocupados em coisas mais sérias para perder tempo com a construção de uma simples canoa?".

Vigéssima sétima semana, Yardim volta de viajem e comparece a uma reunião, não concorda com nada do que esta acontecendo. Discorda de todo o trabalho feiro por Saara e Madalena. Terminado por condenar a falta da constituição de uma companhia de Navegação. Dizendo:

"Vejam só a falta de responsabilidade! Nós um grupo de pessoas ,responsáveis embarcar em uma canoa que não foi feita por uma companhia de navegação. O primeiro passo entes mesmo de nomear uma diretoria é constituirmos uma personalidade jurídica, para termos um respaldo legal.".

Durante mais quatro semanas o estatuto volta para os legisladores reformularem-no e estudarem como constituírem uma companhia de navegação. Arão com certeza encarregar-se dos tramites legais junto as autoridades portuárias.
Com a ausência de Araão, apesar de montada uma equipe completa de recursos humanos, toda a contratação de pessoal estava a zero. Noé preocupa-se o prazo chega a limites extremamente perigosos. Ele crê poder construir a arca em quatro semanas. Pelo seu cronograma Pert terá de cortar todas as folgas de segurança.Desde que não sobrevenham imprevistos. Debalde procura por Absalão que o manda falar com Araão e, como este ainda esta envolvido em seus investimentos marítimos, volta para casa sem solução.
Trigésima sexta semana, Alkimim, entra na sala de reuniões com uma bomba, já com o pavio aceso na mão. Descobriu que Noé não é Engenheiro Naval nem ao menos é Engenheiro. Nunca frequentou uma Faculdade de Engenharia. Absalão pressionado chama Noé e o demite.
Noé entristecido volta para a sua aldeia pensando na injustiça que fizeram com ele. ele nunca disse ser engenheiro. Ele nem sabia o que era isso. E conclui:

"Vou-me embora para muito longe.Vou pegar minha família, meus filhos e minhas mulheres. Vou juntar um casal de cada animal e vou tropea-los comigo para muito longe. Mas! se é verdade que os rios vão encher tanto? Se o barco que Absalão quer construir vai conseguir navegar? Por quê eu não posso pegar meus amigos lenhadores e fazer um para mim?

Com a demissão de Noé, Absalão ficou com outro problema a equacionar. Quem seria agora o construtor? Araão já de volta das praias, não perde a grande oportunidade. Oferece-se para mandar buscar em Tiro o Mestre Hiran. Segundo ele o velho construtor do Templo de Salomão não o deixaria mal. Um bom cavaleiro faria a viajem ida e volta em uma semana.
Quando faltavam duas semanas para esgotar-se o prazo de quarenta semanas, bateu o pavor não tinham mais tempo hábil para a construção da Arca, apavorados mandam chamar a Abssalão para providenciar, junto a Deus, em mais tempo. Absalão sobe ao topo do monte e invoca ao senhor pedindo mais tempo. E uma vos de trovão se faz ouvir:

"Esta certo dou-les mais duas semanas de prazo e mais nada"

Araão convoca uma reunião para decidir-se a situação da diretoria. Prega a necessidade de uma eleição. Para ele existe uma pergunta bem clara como vão passar quarenta semanas nas mãos de um ditador nomeado por Deus? Nos tempos modernos não mais se admitem os ditadores e foi mais longe perguntando.

"Será que Deus realmente nomeou Absalão? Ou simplesmente o encarregou de promover uma eleição e ele aproveitado-se da situação resolveu auto eleger-se?

Araão, desgastado na sociedade, desacreditado por todas as entidades onde passou, atinge seus objetivos. Consegue eleger-se presidente.
Nessa mesma reunião, Yardim, o homem que detém o conhecimento de seus decentes, critica os regulamentos feitos até agora, dos quais nunca participou em nada, por não terem previsto um almirante para comandar a Arca. Segundo ele na Escola Naval de Sagres, Criada no Séc XIV, foi instituída uma lei que toda e qualquer embarcação tem de ser comandada por um almirante.
Vencido o ultimo prazo, as quarenta e duas semanas, tudo estava como lá no início nada havia sido feito, continuavam as intermináveis reuniões para decidirem-se se tinha ou não conselho superior, ou conselho inferior. Yasmim, a maga, com seus belos e penetrantes olhos claros, já chegava com o dedo indicador da mão direita colado a face e o queixo apoiado no resto dos dedos, procurando encontrar um furo para complicar. Raríssimas vezes ele comparecia ao templo para auxiliar nos trabalhos desenvolvidos. Invariavelmente estava presente nas reuniões ao contrario de Yardim, Araão, Alkimim e alguns outros possivelmente convocados por eles, que só apareciam nas reuniões quando tudo estava praticamente resolvido para conseguirem fazer tudo voltar a estaca zero. Quem seria o presidente ou o Mestre de Cerimónias na grande viajem. Mestre Hiran não chegara e Araão não sabia explicar a causa do atraso. Tentava explicar com a possibilidade de terem errado algum caminho, mas, com certeza chegariam. Absalão o único, a saber, de toda a verdade, recolhido em sua cabana, resignou-se ao triste destino. O céu rapidamente cobre-se de nuvens negras. O pavor assola a todos, todo o trabalho, todos os recursos estão agora inexoravelmente perdidos. Araão agora na presidência, com sua voz macia e sedutora, pede calma:

"Calma pessoal, as coisas não acontecem assim. Não são tão pontuais assim. Ninguém que já concedeu uma dilatação de prazo de duas semanas, vendo todo o nosso esforço agora, ira nos negar mais quatro semanas. Vamos tocar os tambores da África mandando uma mensagem ao CÉU pedindo, pedindo não, exigindo um novo prazo de no mínimo mais quatro semanas".

Ecoaram os tambores e a resposta não se fez esperar, soou um trovão que fez a terra estremecer e no céu aparece escrito por raios:

"Tempo esgotado".
"Pedido negado"

As torneiras do Céu abriram-se de par a par, e a chuva caiu torrencialmente, as águas desceram dos morros transformando a pequena sanga em riacho e logo em seguida em um caudaloso rio inundando todas as cabanas. Nisso! Enquanto todos corriam buscando os pontos mais altos da terra, para escapar a enchorrada desce mansamente uma imensa arca carregada de animais com o velho Nóe, cachimbo na boca, chapéu tapeado na testa como para beijar santo em parede, segurando o timão.

(Adaptado de uma crónica apresentada na CEEE/CETAF no curso de Chefia de Secção CH.22-agosto/1984.Pelo professor Franzzionni)
SOSViégas/jan-2002.


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