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Discursos-->500 anos de Brasil! 22 de abril -- 14/02/2003 - 12:57 (BRUNO CALIL FONSECA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
500 anos de Brasil! 22 de abril...
O aspecto mais significativo dos 500 anos de história brasileira, do ponto de vista da formação social do país, foi a multiplicidade de culturas que a ela deram origem. Às três etnias que compuseram o Brasil durante o período colonial (1500-1822), isto é, indígenas, brancos e negros, acrescentaram-se os imigrantes nos séculos XIX e XX, originários da península Ibérica, Itália, Alemanha, Europa Oriental, Oriente Médio e Japão. Esse encontro de diferentes culturas, ao longo de cinco séculos, produziu conflitos, acomodações e sobretudo uma forte miscigenação biológica e cultural, tendo como elementos comuns a língua portuguesa e o território do país.
AS POPULAÇÕES INDÍGENAS POR OCASIÃO DOS PRIMEIROS CONTATOS COM OS EUROPEUS
No século XVI, segundo as informações disponíveis a partir dos cronistas europeus e dos pesquisadores arqueológicos, existiam quatro grandes unidades culturais na população indígena que habitavam o território: os jês, os tupis, os nuaruaques e os caraíbas.
A atividade econômica mais comum era a de coleta, caça e pescaria, embora alguns grupos já praticassem a agricultura. Sua organização social baseava-se na família extensa, admitindo-se a prática de poligamia. Viviam em aldeias, cuja reunião compreendia a tribo.
No século XVI os tupis predominavam no litoral conhecido pelos portugueses, embora existissem alguns grupos de origem jê. A guerra era uma constante, entre os diferentes grupos e esses conflitos foram utilizados pelos colonizadores para enfraquecê-los. A POPULAÇÃO DO BRASIL NO PERÍODO COLONIAL Dentre os brancos que se estabeleceram no Brasil colonial destacavam-se os portugueses, os franceses e os holandeses.
Os portugueses, oriundos sobretudo do norte de Portugal, onde havia maior densidade populacional tinham, segundo Gilberto Freyre, plasticidade e capacidade de adaptação ao novo meio, devido à sua bicontinentalidade, isto é, eram europeus que possuíam experiência colonial africana e que tinham contatos com a cultura muçulmana. Os franceses, além da presença de comerciantes de pau-brasil, tentaram em duas ocasiões, 1555-1567, no Rio de Janeiro e 1613-1615, no Maranhão, fundar colônias, mas foram rechaçados. O mesmo ocorreu com os holandeses, de 1624 e 1625, na Bahia e de 1630 a 1654, em Pernambuco. A presença de espanhóis e ingleses foi ainda mais escassa.
Ainda no século XVI, com o desenvolvimento da produção açucareira em Pernambuco e na Bahia iniciou-se o tráfico de escravos africanos, que continuaria até o século XIX. Também eles, como os índios e os brancos, não procediam de uma só origem, existindo dois grandes grupos culturais: os sudaneses, em geral islamizados pelo contato com os árabes e os bantos, da África Central.
No século XVIII a descoberta do ouro em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso determinou uma rápida ocupação destas regiões com vilas e povoados mineradores. Foi utilizada mão de obra escrava africana e ocorreu forte migração de habitantes de outras capitanias e portugueses para a nova frente de colonização.
Quanto às relações entre as três etnias, elas se caracterizaram por intensa mestiçagem, gerando novos tipos sociais, como o mulato — mestiço de branco com negro —, o mameluco — mestiço de branco com índio — e o cafuzo — mestiço de negro e índio. Houve também sérios conflitos indígenas em todo o período colonial, geralmente por disputa de terras, bem como sua escravização, sobretudo na região amazônica, apesar da proibição oficial e da defesa promovida pelos missionários, em especial os jesuítas. Ocorreu também resistência africana à escravidão, com os negros fundando núcleos como o de Palmares, ao sul de Pernambuco, no século XVII.
Em termos numéricos, a população estimada da colônia — que não considera as tribos indígenas sem contato com os colonizadores — passou de 70 a 100 mil habitantes em 1600 para 350 mil em 1700 e 3,5 a 4 milhões em 1800. Distribuía-se irregularmente pelo grande país, compreendendo núcleos como a Baixada Amazônica, com população predominantemente indígena e mestiça, a zona pecuária do Nordeste e do Rio Grande do Sul, com população branca e sobretudo mestiça de branco e indígenas, a região litorânea do Nordeste até o sul com brancos, negros e mulatos, com menor presença indígena e a região Centro-Sul, com brancos, negros, mulatos e mamelucos. A POPULAÇÃO BRASILEIRA NOS SÉCULOS XIX E XX Com a transferência do governo português para o Brasil, em 1808, teve início uma política de estímulo à imigração européia, que prosseguiu após a independência. Desta forma, entraram no Brasil colonos suíços e alemães, que se fixaram, respectivamente, em Nova Friburgo, Rio de Janeiro, e no Sul do país.
O desenvolvimento da produção do café fez com que fossem importadas novas levas de escravos africanos, que se localizaram principalmente nas fazendas do vale do Paraíba fluminense. O tráfico de escravos africanos acabou em 1850, devido à forte pressão internacional liderada pela Inglaterra. Em 1888, com a abolição da escravatura, calcula-se que cerca de 700 mil ex-escravos, para uma população total de 14 milhões de habitantes, foram incorporados à massa de trabalhadores livres, constituindo muitas vezes seu contigente mais desfavorecido, pela falta de instrução e escassa qualificação profissional.
A situação dos indígenas continuou difícil nos séculos XIX e XX. Cada vez mais pressionadas pelas frente de colonização, as tribos recuaram para o interior, em meio a contínuos conflitos com os colonizadores. A despeito do romantismo na literatura e na música ter valorizado o papel do indígena na formação brasileira, na prática os indígenas foram hostilizados pelos colonos e, quando aculturados, em geral permaneceram nas camadas inferiores da sociedade. No início do século XX foi criado o Serviço de Proteção ao Índio e mais tarde a Fundação Nacional do Índio (Funai), entidades que procuraram defender os indígenas e demarcar as terras que lhes foram atribuídas.

Desde a segunda metade do século XIX, com a intensificação da Revolução Industrial, aumentou a imigração para o Brasil. Alemães, italianos, espanhóis e portugueses constituíram o grosso da imigração até princípios do século XX, acrescentando-se posteriormente os japoneses e os sírio-libaneses, além de judeus de diversas origens e outros grupos oriundos da Europa Oriental.
Esses novos contigentes populacionais concentraram-se preferencialmente nos estados do Sudeste e Sul, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, embora tenham existido núcleos menores em outras regiões. Constituíram ativas comunidades, que se dedicaram à agricultura, à pecuária, ao comércio e à pequena indústria, transformando-se em poucas gerações numa forte classe média.
O processo de aculturação não foi fácil, existindo durante algumas décadas o fenômeno do enquistamento, com o predomínio da língua de origem e casamentos intraétnicos, mesmo em algumas regiões de colonização alemã.
O desenvolvimento industrial do país, acentuado a partir da década de 1930, determinou a existência de fortes movimentos migratórios internos, sobretudo do Nordeste para o Rio de Janeiro e São Paulo, onde este segmento da população constituiu a base do operariado.
Por outro lado, ocorreu também a abertura de frentes agrícolas, visando o abastecimento dos novos centros urbanos e a exportação de alimentos, em regiões como Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Pará, além da exploração mineradora no sul do Pará, em Roraima e no Amapá, determinando deslocamentos de populações do Centro-Sul e Nordeste para essas áreas, o que já ocorrera desde o início do século com a exploração da borracha por nordestinos no Amazonas e Acre. Calcula-se que a população brasileira tenha evoluído aproximadamente da seguinte forma:

Admite-se que o total de africanos entrados no país até a extinção do tráfico tenha sido de 3,5 milhões. Dos imigrantes, entre 1884 e 1968, 1,7 milhões foram portugueses; 1,6 milhões, italianos; 694 mil, espanhóis; 255 mil, alemães; e desde 1908, 233 mil foram japoneses.
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