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Contos-->E O POETA CHOROU -- 13/08/2009 - 16:23 (GIVALDO ZEFERINO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma pálida criança mal vestida, mais osso do que carne, lhe pedia um pedaço de pão, com o rosto e as mãos sujos de terra.
O Poeta sorriu desalentado: Um homem pregava o amor. Bem vestido, talvez até perfumado, do desapego das coisas terrenas falava e da beleza do céu e partia num carro de luxo, para uma casa de jardim e três criados mal pagos.
E viu um homem cantando e sorrindo feliz porque estava embriagado; outro chorando por causa de uma mulher; outro roubando, outro fugindo, outro matando...
Olhou mais além e notou o rebuliço dos homens e a miséria daqueles que nada têm. Analisou o egoísmo, as hostilidades, a grande distância que separava os mais afortunados dos menos afortunados.
E o Poeta fazia anotações de tudo isso em seu pequeno caderno.
Havia, no entanto, carência de material para o seu poema...
E o Poeta chorou.
O que queria o Poeta?
Um homem solitário que caminhava pela vida, que olhava para o céu e conversava com Deus, um andarilho em busca de algo sublime, de um mundo perfeito, daquele amor fraterno que Jesus Cristo tanto insistira em plantar no coração da humanidade. Mas ele sabia que Jesus foi imolado por causa disso e os seus verdadeiros seguidores, ainda hoje, são injuriados, perseguidos e, também, mortos por aqueles que se sentem prejudicados no jogo de suas ambições egoístas, comprometidos com a comodidade exclusivista dos seus interesses pessoais.
Para afugentar os pensamentos sombrios, resolveu dar uma caminhada na praia.
Diante dos seus olhos desenhava-se a figura de duas crianças que corriam em sua direção atrás de uma borboleta. Ao se depararem com o Poeta, pararam ofegantes.
- Ei, moço! Vem brincar com a gente! disse um dos garotos.
O Poeta olhou para ele e um sorriso aflorou em seus lábios. "O mundo ainda é belo porque existem as crianças" - pensou.
- Descansem um pouco e vamos ver quem chega mais perto daquela linda borboleta.
- Mas nós não estamos cansados. Vem!
A borboletinha parecia entender aquele diálogo, pois, chegou a pousar em um galho de uma árvore, bem perto deles, como se aguardasse a continuação daquela brincadeira. Ela não tinha medo de crianças porque conhecia a sua ingenuidade e a sua pureza.
Nesse dia, o Poeta brincou, sorriu e se alegrou como nunca e, à noite, reviveu os tempos da sua infância, com sonhos buliçosos de uma fase tão bonita pela qual todos nós passamos, mas que, nunca mais, hão de voltar.
Rejuvenescido, ele cantarolava uma canção que havia decorado quando também era criança.
E cantava assim em direção ao mar que aparecia sereno, e refletia a imagem do sol que acabava de nascer.
Aí, o Poeta sorriu diante da majestade divina.
Aí, o Poeta rebolou pela areia da praia e envolveu-se no mistério do amor sobrenatural.
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