Legenda dos dias (*)
O Homem desperta e sai a cada alvorada
para o acaso das cousas... e, à saída,
leva uma crença vaga, indefinida,
de achar o ideal nalguma encruzilhada. ...
As horas morrem sobre as horas... Nada!
E ao Poente, o Homem , com a sombra recolhida
volta, pensando:- “Se o ideal da Vida
não veio hoje, virá na outra jornada...”
Ontem, hoje, amanhã, depois, e, assim,
mais ele avança, mais distante é o fim,
mas se afasta o horizonte pela esfera;
E a vida passa... efêmera e vazia:
um adiamento eterno que se espera,
numa eterna esperança que se adia...
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(*) Brasília, DF, 31/10/2010. Recebido nesta data, por e-mail, de Roberto Gullino
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