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Contos-->O ENCONTRO -- 16/07/2009 - 16:38 (Vera Linden) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O ENCONTRO

Por Vera Linden

Todo o santo dia, fizesse sol ou chovesse, a moça loura de olhos azuis da cor de tormenta, caminhava da praia de Itapoã à ponta da Sereia. Lentamente, quase flutuando, passos leves. Todos respeitavam aquela jornada serena e sagrada. Ela ia para a ilha para olhar o mar. A dor da perda de seu amado, a fizera ficar naquele alheamento da realidade.Alguns arriscavam dizer, que ela perdera o juízo. A figura etérea, já fazia parte da paisagem.

Qual seria o motivo daquele passeio diário até a ilha? Estaria esperando o namorado que sumira em uma viagem ao Rio de Janeiro, onde teria sido morto em uma briga de favela? O assunto e a pergunta sem resposta começava na roda dos pescadores e se estendia aos bares, quiosques e até aos turistas. Ela subia nas pedras agilmente e sentava-se a observar o mar, com o olhar perdido, olhos vidrados, quase em um transe. Anos se passaram e mesmo com os cabelos já brancos e o andar vacilante, a mulher fazia a sua incansável peregrinação diária.

Certo dia de julho, o mar revoltoso jogava as ondas bem altas sobre os rochedos da Ponta da Sereia. O céu estava acinzentado e o vento afastava até o turista mais corajoso, desde a Ponta da Fruta , passando pela Barra do Jucú, Itaparica, Itapoã, Praia da Costa, chegando à Sereia. Até os peixes estavam cautelosos naquele dia, assim falavam os pescadores, estes senhores do mar, que são os mestres dos oceanos. Algo incomum estava acontecendo.

Como todos os dias, depois de tantas décadas, ela surgiu caminhando pela praia, mas estava diferente; parecia mais jovem, os cabelos presos e com flores brancas, da mesma cor do lindo vestido e por onde passava, aquele perfume de rosas dispersava o odor da maresia, Nas mãos, duas rosas brancas, seu semblante sereno, radiante emanava uma felicidade que tocava cada alma sensível que a visse passar. Caminhou até os rochedos da Sereia, sentou-se, abriu os braços, olhou para o céu e depois para o mar. Toda a natureza acalmou-se, até o mar ficou mais manso e silencioso. O tempo havia parado. Ela cantou com uma voz doce, tranqüila e de novo era uma linda jovem enamorada, observando o mar.

cheguei meu querido, para o nosso encontro tão desejado
te esperaria por toda uma vida, doce amado
o mar nos unirá, será nosso leito de amor
é o fim da espera, da tristeza e da dor
vieste enfim, meu pescador,me buscar
fiquei uma vida a te amar
vou para teus braços
para teus abraços

Eram seis horas da tarde. Ela levantou-se e da parte mais alta do rochedo jogou-se ao mar. Ficou boiando com uma flor e depois uma onda muita forte veio buscá-la para o fundo do oceano. Alguns pescadores, que recolhiam redes na praia, ainda tentaram mergulhar e salvá-la, mas não conseguiram encontrá-la. Ela fora para o seu encontro de amor. Quando há muito vento na praia, alguém ouve sua canção de amor e fala-se sobre o dia em que até o mar ficou diferente. O céu se dasanuviou e o sol voltou vibrante, quase no final da tarde e na brisa leve e acariciante, a maresia cheirava à rosas.




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