O ex-padre Kleber, duplamente emocionado, repassava as inúmeras missas que celebrou, os casamentos e batizados ministrados por ele, enquanto presenciava a cerimônia do enlace nupcial de sua própria filha, impedido de se posicionar do outro lado, simplesmente porque optou constituir também sua própria família. Aos 25 anos tornara-se padre. Durante quatro anos, resistiu com bravura aos apelos carnais, porém, paulatinamente, impulsos adversos foram dominando e superando a heróica resistência do valente sacerdote. A vida celibatária que lhe era imposta estava a perigo; seu voto de castidade agonizava.
Kleber era um homem normal, igual a qualquer outro homem normal, que nutria os mesmos desejos, sentimentos e emoções.
Uma linda paroquiana foi o estopim da bomba que logo haveria de explodir. Seus olhares se encontravam e não mais se largavam, e procuravam-se com desespero quando se despediam.
Consultara várias vezes aquela passagem da Epístola de São Paulo aos Coríntios onde ele argumenta que, se as pessoas não conseguem se conter, é preferível que se casem, porque será melhor casarem-se do que viverem abrasadas. Afinal, apaixonar-se não seria nenhum crime contra a lei de Deus. Abrasar-se não seria a solução. Então, abandonou a batina e casou-se com Janice, descobrindo como era gratificante o amor entre duas pessoas que se completavam.
Dessa união, nasceu Geni, e foram felizes para sempre, como se diz nos contos de fadas.
|