A Lua,
como olho do céu negro,
sobrancelhada
por uma nuvem
gorda e sinistra
invadiu minha janela,
meu quarto,
minha lembraça
fazendo-me recordar
teu dizer:
-não gosto da Lua,
porque como olho
me vigia
me seguindo.
A Lua é assim:
Para os namorados,
sonho prateado;
Para os curiosos,
impiedosa deusa;
Para os concupiscienciosos,
olho vigilante;
Para mim
ora um astro a mais
ora amante que me espia
ora inspiração
para eu poetar.
LL, Bcena, 16/11/2008.
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