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Poesias-->OLHOS DA RUA -- 26/09/2010 - 22:40 (Leonardo Lisbôa) |
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As janelas da rua me olharam.
Umas me perscrutaram
Outras de meia-jota.
Algumas de pestanas cerradas.
Curiosas, muitas.
Nenhuma foi indiferente.
Era a rua e seus olhos
e não lugares quaisquer.
Eu era sujeito
a recriminação
a admiração
a espanto
a exame
a julgamentos
Curiosidade pública.
E elas,
Velhas janelas,
Objetos metidos
a juiz
a beatas
a administradores da vida alheia.
Eram só espectros.
Eu,
passante
de carne e sangue
Invejado
Por aquelas permanentes
armações de madeira ou vidro
de um tempo abandonado
e esquecido.
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