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Quandos os meus passos
passaram a galopes sôfregos,
sem calma ou arreio
que os fizessem parar,
minha vida tornou-se
um filme de cowboy demente,
do deserto quente
ao sol crepuscular
Havia parideiras confortando a noite,
e a água fresca acalentou meu corpo
que trotara sem cessar.
Inerte no chão,
sequer um único passo
o cansaço não me permitia dar.
Havia ainda batidas no peito,
- de que jeito
poderiam sossegar?
Pareciam compassadas
com as estrelas que piscavam:
- céu pro breu, céu pro breu!
(que circundava o lugar).
Não mais me levantei dali...
De início um aroma floral
perfumando a Lua cheia,
depois, lamentos de grilos,
corujas a voltear.
E por fim, foi tanto frio,
desse frio a gotejar,
face, poro, peito e alma,
que judia e faz cansar,
que o coração foi embora
qual um balão ascendente,
cavalo alado pra Lua,
num vento que aqui não há.
De fake cowboy demente,
virei tuiuiú contente,
(bem longe desse mundão...)
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