Realmente, inerente estamos um do
Outro. Não há o que fazer
Sentir nossos abstratos, inda que com dor
Acontecerá. Juntos vão se materializar. Entender?
Não! Não vamos entender o porquê do querer
Afinal, somos almas orgânicas dependentes
Dentro de nossos desejos
Ou vivemo-los ou matamo-nos!
Certeza de uma escolha não temos
Antes de vivê-la: Sofremos, outras vezes
Rimos felizes, ao percebermos que...
Mesmo que quiséssemos
Outra escolha não faríamos...
Geralmente, nossas mentes mentem:
Outrora tudo seria mais fácil
Muito fácil mesmo, mas seria a mesma coisa?
E nossos corações palpitariam como hoje?
Sentiríamos nossos sangues em fogo?
Ah! Que droga de tempo
Nos trouxe para uma intersecção
Desmedida. Inexorável. Indevida...
Revoltar-me contra esse tempo
Adoraria. Como quero explodi-lo
Destrui-lo na mesma proporção em que
Ele está me destruindo!
Lunfardo é o que sou...
Impossível não me sentir ao seu lado
Mulher és de outro e assim será. Estou condenado
A ser platônico e a viver com esta dor gastronômica.