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Artigos-->Os três mosqueteiros da palavra -- 28/12/2002 - 00:17 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
OS TRÊS MOSQUETEIROS DA PALAVRA





Francisco Miguel de Moura *



Três vezes foi mudada a data mas terminamos indo a Picos, no final do ano que passou, precisamente em 5 e 6 de dezembro, quando se realizava o “1º CICLO DE ESTUDOS SOBRE A LITERATURA DO PIAUÍ”. Lá fizemos aquele trabalho com a palavra literária, no Campus da UFPI, em Picos, dirigido pela Profa. Jasmine Malta – eu, Hardi Filho e Luiz Romero Lima, os três mosqueteiros da palavra, como passamos a chamar o grupo de hoje em diante. Chegamos pelo meio da jornada, o Ciclo havia sido aberto na quarta-feira, 4 de dezembro, e teve a participação de Célia Neiva e Cristiane Feitosa, esta falando especificamente sobre o conto de Magalhães da Costa, recentemente falecido – o que foi uma grande perda para nossas letras.

Na quinta-feira, 5, justo quando houve o lançamento da obra de Bruna Gomes Medeiros, chegava o poeta Hardi Filho, em cujo trabalho, falando sobre sua geração, fez um chamamento aos jovens picoenses para nos seguirem, pegarem o bastão da literatura, pois já estamos mais para o fim de linha – que a literatura é uma causa nobre, rica, sem a utilidade prática da televisão e de outras, mas onde não se encontra vazio, pois liga o homem ao mundo através da leitura e da interpretação das grandes obras da humanidade. Precisa mais? Recitou seus poemas românticos e agradou em cheio, levantando aplausos calorosos.

Eu e o Prof. Romero Lima chegamos no dia 6 e fomos recebidos pela Profa. Jasmine Malta e pelo jornalista e professor Francisco das Chagas de Sousa (Jornal de Picos), que nos levou a visitar algumas partes da cidade enquanto esperávamos o momento do trabalho – tarde e noite. Depois do mini-curso específico (vestibular), na sala 803, dado pelo Prof. Romero, foi aberto o Auditório onde ele continuou falando de literatura brasileira e sua extensão piauiense, arrebatando a platéia com a convicção dos valores universais transpostos pela tradição cultural dos portugueses para a literatura brasileira, hoje tão rica, que conta com nomes como Machado de Assis, Gonçalves Dias e Castro Alves, Jorge Amado e Raquel de Queiroz, Guimarães Rosa e Graciliano Ramos, por exemplo – apontando o caso de Mário Faustino, um nome ainda não universalmente conhecido mas cuja literatura alcançou a faixa mais sublime da apresentação do novo e da recriação artística. Além dele, O. G. Rego de Carvalho, Assis Brasil (tetralogia), os poetas Paulo Machado e Cinéas Santos, este também um grande editor, referindo-se ainda à produção local dos iniciados, especialmente os poetas Ozildo Barros e Vilebaldo Nogueira.

Eu, Francisco Miguel de Moura, filho da terra, porque do município de Picos (antigo povoado Jenipapeiro, hoje cidade de Francisco Santos), emocionado, nem sequer pude dizer tudo o que desejava. Fiz uma ligeira auto-apresentação biográfica, física e literária. Comecei rememorando o começo a fazer versos: 15 anos. - “Ainda bem que joguei fora todos aqueles poemas!” – exclamei, conclamando que os novos poetas de hoje fizessem o mesmo. A poesia é uma estrada larga, mas a mais difícil da literatura. Aquilo serviu apenas de aprendizado. Depois pedi aos picoenses que trabalhassem para a criação duma biblioteca pública na cidade. Ao que se sabe por aí, veio uma verba para isto e o prefeito devolveu. Pode? Reclamei da falta de atenção dos picoenses para com Fontes Ibiapina, pois sua obra é valiosa. Referi-me a alguns trechos do meu livro “Literatura do Piauí”, especialmente sobre o tempo e o método adotados para construí-lo. Fiquei satisfeito ao ouvir da Profa. Jasmine que iria adotá-lo no Campus da UFPI, no próximo ano. Recitei alguns poemas meus e passei a responder a inúmeras perguntas da platéia, em debate acalorado.

Os poetas Ozildo Barros e Vilebaldo Nogueira estiveram presentes, entre outros intelectuais, e a Profa. Maria do Carmo Martins Lopes recitou o poema “Pranto”, de minha autoria sendo aplaudida por todos, poema que, aliás, consta do trabalho que ela escreveu sobre minha obra, quando estudante da UESPI, em Teresina, sob a orientação do Prof. Romero.

Quando a festa terminou, estávamos exaustos. No dia seguinte partimos, mas ficou a saudade e a vontade de voltar.

Assim percorremos este Piauí, durante o ano de 2002, de Barras a Piripiri, de Fronteiras a Picos, e levamos a palavra falada alentadora, falada e escrita (nossos livros de literatura) aos alunos e professores que nos esperavam. E mais pretendem andar “Os Três Mosqueteiros da Palavra”, no Piauí, durante este ano de 2003 e nos seguintes.

_____________________

*Francisco Miguel de Moura é escritor, poeta e romancista, com mais de 20 obras publicadas. Membro da APL e do Conselho Estadual de Cultura. Mora em Teresina. E-mail: franmiguelmoura@ig.com.br

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