Em 2000 , após executar um serviço temporário de Natal para uma loja , decidi voltar a procurar emprego novamente .
Como sou formada em Letras - Português com Espanhol e tenho uma excelente experiência em vendas , resolvi pedir emprego numa livraria que ficava atrás da reitoria da universidade em que me formei .
Chegando lá perguntei sobre o dono e uma das funcionárias me levou até a sala dele .
Ao chegar lá me deparei com um senhor idoso , me apresentei e tentei mostrar o meu Curruculum Vitae . Então , este senhor falou que nem queria saber do meu currículo , pois pegava os funcionários pelo sobrenome . Após isto , ele perguntou qual era o meu sobrenome e afirmou que nunca tinha ouvido falar nele . Porém , eu insisti e disse que vinha de uma ótima descendência , com tanta insistência este senhor pediu para que eu levasse meu pai para conversar com ele porque somente assim poderia me empregar .
Alguns dias se passaram , meu pai foi até esta livraria e conversou com o dono .
Os anos se passaram e este empresário nunca me chamou para trabalhar em seu estabelecimento .
Até que um dia , encontrei uma amiga minha , de pele escura e de sobrenome Silva , que passou pela mesma situação quando foi pedir emprego para aquele dono de livraria . Segundo esta moça , o empresário olhou para ela e disse :
- Você não parece vir de uma família de intelectuais .
- Além disto o sobrenome Silva é muito comum e não costumo empregar pessoas com este sobrenome .
Fiquei indignada com o relato da minha amiga e conclui que este dono de livraria parou no tempo e é preconceituoso demais .
Luciana do Rocio Mallon