Foi assim que de tanto
querer
enjoei.
Vomitei-te.
Hoje, tu querendo,
fujo.
Passei a ser mais meu.
Abandonei-te.
Como tu eras,
eu sou.
Como eu era,
tu és.
Trocamos as roupagens.
Tu querendo,
eu fugindo.
Tu pedindo,
eu negando.
Eu era namorado,
tu odiavas.
Agora,
tu amante,
eu amado,
rejeitando-te.
Tu revestiu-se de mim.
Eu despi-me de ti.
Tu cobertas de roupa,
eu nu me achei:
Não amamos ninguém.
Apenas nos odiamos
deixando que o outro
se assenhorie de nós
para fugirmos
de nossa solidão.
LLisbôa – Barbacena, 17/02/2009
|