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cronicas-->Churrasco de gato -- 23/02/2006 - 13:44 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estes dias precisei esperar em um destes comércios locais aqui em Brasília. Enquanto esperava fiquei observando os acontecimentos em torno de um carrinho do chamado churrasquinho de gato. O carro até que era ajeitadinho, chegou com pinta de registro no ministério da saúde e foi logo montando o estabelecimento.

Duas ou três mesas distribuídas em volta do carro, retirou do frigorífico a carne já devidamente espetada. Acendeu o fogo com grande agilidade e, em menos de cinco minutos o estabelecimento estava por assim dizer estabelecido, como se ali estivera o dia todo. Tudo montado, vestiu seu jaleco branco, impecável. O último ato de preparação foi a colocação de um cartaz - hoje chama banner - onde se lia com todas as letras "Churraquinho de gato - 1,50 - venha que é do bom - eu garanto". Embaixo uma foto do empresário e no rodapé alguma alusão a pandeiros que eu não recordo muito bem.

Foi ele chegar e a clientela como se estivesse escondida, esperando, foi aparecendo, saída não sei de onde. Chegando e fazendo seus pedidos prediletos. Pouca farofa, muita farofa, quente, referindo-se à pimenta ou com manteiga. Você já viu churrasquinho de gato com manteiga? Eu até então também não tinha visto. Trata-se de um gato nordestino feito com carne de sol e manteiga de garrafa e, pra quem gosta, uma essência de pêlo de bode. Esta iguaria não vendia muito, mas pelo que pude ver tinha clientes fiéis que sempre iniciavam por ele.

Digo isto porque observei o tal carrinho por vários dias, até compreender como tudo ocorria e poder relatar-lhes com mais fidelidade.

Pois então, a clientela ia chegando, comendo as iguarias acompanhadas de cerveja, muita e gelada cerveja que, junto com os tais churrasquinhos, faziam a alegria do empresário. Merecida eu diria, dado seu empenho em bem servir.

Maldade isto de chamar de churrasco de gato estes churrasquinhos que encontramos pelas cidades, cumprindo seu dever de alimentar o povo e torturar a elite que, instigada pelo cheiro sofre por não aproveitá-lo. Puro preconceito ou excesso de zelo. O empresário que observei não teve dúvida e, meio que se vingando dos clientes potenciais que resistem às suas iguarias, não hesitou em chamar seu nobre produto de churrasco de gato.

Se bem que no último dia, ouço um miado cuja origem não pude identificar.

Sei não!

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