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cronicas-->PRAZO DE VALIDADE -- 19/02/2006 - 21:31 (JOSÉ EURÍPEDES DE OLIVEIRA RAMOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PRAZO DE VALIDADE

Já imaginou se não tivéssemos prazo de validade? Se vivêssemos eternamente? Ou uns 300 anos, no mínimo? Seria bom, não é? Mas, nem pense nisso! Basta imaginar algumas poucas situações para logo desistirmos dessa idéia maluca de vida prolongada: ouvir os magníficos discursos raivosos e professorais do senhor Lulla por mais uns 200 anos, aguentar o senhor Faustão na TV por mais uns 180 anos, ver na telinha o senhor Sílvio Santos vender baú por mais uns 220 anos, ter que aguentar o Galvão Bueno comentando futebol, etc etc ! É muito para a sanidade mental de qualquer humano. Desisto! Prefiro os anos limitados que Deus me destinou, pois a vida deve ser um eterno nascer e morrer, renascer e morrer --senão entope! Aliás, alguns políticos e outros chatos deveriam trazer, além do prazo de vida, também prazo de validade profissional para não perturbarem tanto.

Essas pretensas considerações filosóficas vieram a propósito de recente diálogo que mantive com o caríssimo acadêmico Everton de Paula, da Academia Francana de Letras, sobre a efemeridade da vida, vista sob o aspecto das imensas: vaidade e presunção do homem. Essas danadas vaidade e presunção que entorpecem a consciência e nos fazem supor -até-- que somos imortais. Confrontadas, no entanto, com a juventude ou com o tratamento que nos é dispensado ao longo da vida, as ilusões vão se desfazendo a pouco e pouco, até o desencanto final de saber que a mocidade passou, a velhice chegou e que é hora de pijama e chinelos e não de alimentar expectativas reservadas à mocidade.

Sobre esse tema, comentei e o professor Everton registrou crónica no jornal "Comércio da Franca", mostrando como somos vistos à medida que passamos pelo tempo. Explico. Quando nasci, chamavam-me neném, gracinha, e outros nominhos afetivos; com o decorrer do tempo, passei a "Joquinha" (diminutivo de Joca). Depois, sucederam-se, seguindo a idade: Nenê, Boneco, Menino, Oi, Jovem, Moço, Tio, Tiozão e Vó. Agora, parentes, amigos e moças bonitas que adornam as lojas dispensam-me o tratamento de "Joquinha" ou "Gracinha", retornando-me à infància e retratando que, hoje, sou inteiramente inofensivo, por mais que pense bobagens e alimente desejos inconfessáveis. Vem daí a desconfiança de que tá beirando o vencimento do meu prazo de validade!

José Eurípedes de Oliveira Ramos
Da Academia Francana de Letras
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