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cronicas-->Quintana, amigos e picanhas -- 17/02/2006 - 13:30 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No ano passado ganhei de uma amiga o livro Caderno H de Mário Quintana, ilustre poeta gaúcho. Logo me veio à lembrança suas participações na coluna Bric a Brac do então prestigiado Correio do Povo. Coisa antiga, naturalmente. Li uma parte e o deixei por ali, não sei exatamente onde, confesso um pouco esquecido.

Outro dia lembrei dele e por alguns instantes tive um certo remorso por não tê-lo lido todo. Bobagem. Um Quintana não se lê de cabo a rabo como as boas tramas policiais. Muito ao contrário, um Quintana deve ser saboreado a cada página, sobretudo se elas trazem lembranças. Depois da primeira leitura, convém ler mais duas, três, talvez cinco vezes, trabalho para uma vida inteira. Mas mais que lê-lo muitas vezes, há que tê-lo à mão para consulta ocasional. Não, não é necessário deixá-lo sobre a mesa como se a todo momento fosse usado. Quintanas não são enciclopédias, embora contenham muito conhecimento. Basta saber onde está.

Isto se dá com certas amigos, que se procuram pouco, mas sabe-se onde estão e, sobretudo nestes tempos de Internet em que num apertar de botões entra-se em contato com pessoas em todo o mundo. Sabe-se que estão disponíveis para quando se precisar, seja para compartilhar alegrias, tristezas ou, o que é mais comum, seja para um simples palpite, uma besteira qualquer como saber quando a picanha foi inventada.

É, os mais jovens já nasceram sob a égide da picanha, corte nobre sempre apreciado no bom churrasco. Mas há algumas décadas, não era um corte comum. Alguém deve tê-lo inventado. Não, não quero saber quem inventou o boi. Isto eu já sei. Refiro-me ao corte da carne ou mesmo à sua popularização - se bem que picanha não tem nada de popular -. Um amigo diz que foi o General Médici. Prefiro achar que não, sob pena de ter que elogiá-lo em algo, o que sinceramente, resisto. Prefiro achar que foi um destes gaúchos característicos que, tendo errado o corte, acabou descobrindo a tal picanha. Ou talvez, o que é mais provável, tenha sempre existido, mas sem o glamour de hoje. Não parece muito importante. A tese de que é algo vindo da Argentina eu também não apóio.

Voltando ao Caderno H e ao nobre poeta, suas obras devem ficar à mão e o remorso por não lê-lo de uma só vez não tem sentido. Posto isto, me apresso em guardar meu Caderno H em lugar seguro e, sobretudo, acessível.

Quanto à picanha, deixa pra lá.

____________________________
(1)Só revelo o nome sob tortura ou por uma quantia razoável (mas dá para negociar)


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