Bolinhas de gude
maria da graça almeida
Numa pressa colorida
as bolinhas já se embolam.
Minha gula é atrevida,
delas nunca se descola .
Tão bonitas, redondinhas,
tenho todas bem cuidadas.
Com o brilho das bolinhas
as mãos trago recheadas.
Quando de ganhar eu deixo,
já me ponho a resmungar.
Bem irado, então me queixo:
Este jogo é de azar!
Pra manter cheio o pote,
apenas, desejo as minhas.
Confiando em meus dotes,
de volta, trago as bolinhas.
Se me ponho a perder...
que a sorte me ajude!
Como irei adormecer
sem as bolinhas de gude?
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