Um dia peguei um táxi e fomos direto para o aeroporto. Jamais imaginei que durante o percurso aquele senhor - humilde motorista de táxi - e que deve ter uma vida muito sacrificada e especialmente estressada, em razão do vai-e-vem e trânsito caótico da cidade, conseguisse me mostrar uma forma sensata de bem viver.
Estávamos rodando na faixa certa quando de repente um carro preto saiu de um estacionamento na nossa frente. O motorista do nosso táxi pisou no freio, deslizou e escapou do outro carro por um triz, com muita habilidade!
O motorista do outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar para nós, até nos agredindo.
O motorista do nosso táxi apenas sorriu, e acenou para o cara...e eu quero dizer que ele o fez de forma bastante amigável e serena.
Assim eu perguntei:
- Por que você fez isto? Este cara quase arruína o seu carro e nos manda para o hospital !
E ele me explicou:
- Muitas pessoas são como caminhões de lixo; andam por aí carregadas de lixo, cheias de frustrações, cheias de raiva e de desapontamentos; à medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de um lugar, algo para descarregar, e às vezes descarregam sobre a gente.
E continuou, como que me aconselhando:
- Não tome isso pessoalmente; apenas sorria, acene, deseje-lhes bem e vá em frente; não pegue o lixo delas e espalhe sobre outras pessoas no trabalho, em casa, ou nas ruas. O princípio disso é que pessoas bem sucedidas não deixam os caminhões de lixo estragarem o seu dia. A vida é muito curta para levantar de manhã com sentimentos ruins. E assim: - Ame as pessoas que te tratam bem, e ore pelas que não o fazem. Lembre-se: - A vida é dez por cento o que você faz dela, e noventa por cento a maneira como você a recebe !
Nunca mais esqueci aquela corrida de táxi, e incorporei no meu dia-a-dia mais aquela lição de vida e que passei a chamar de "Lei do Caminhão de Lixo".
Que você tenha momentos abençoados, livres de lixo!
Obs.: Coloração do comandante Antonio Bruno (F. Maier).
