Há momentos em nossas vidas que merecem uma análise com mais cuidado. Uma vez que passem, há que fazer uma reflexão posterior e retirar dali as lições que a vida nos oferece. O ideal seria refletir na hora, mas na hora, geralmente não dá tempo, nem parece oportuno. Ninguém pára de fazer o que está fazendo para fazer uma análise mais acurada.
Calma, enxuguem as lágrimas, não vou falar dos caminhos que a vida nos oferece, dos sucessos e insucessos, do grande aprendizado que nos traz a estrada da vida e muito menos dos destinos a dar à s pedras que surgem em nosso caminho. Nosso tema é mais ameno, embora não menos importante.
Falo de pequenos momentos, instantes na verdade que não raro atravessamos.
Quando decidimos saltar em uma piscina gelada, por exemplo. Você sabe que está gelada e enquanto decide se entra ou não, se pergunta sobre a real necessidade ou conveniência do choque térmico a que talvez se submeta. Tirando os usos terapêuticos que apenas menciono para dar uma chance à piscina, não há, ou pelo menos não vejo motivo para um vivente normal se submeter à tortura de pular em poço de água gelada, mesmo que numa piscina limpa e bonita.
Claro, quem não nasceu com piscina em casa fica com aquela síndrome dos sem piscina que o impele, mas isto só pode prevalecer nos cinco primeiros banhos gelados. Depois passa. Pelo menos deveria.
Mas voltemos aos momentos ou instantes. Quando a gente decide que, mesmo contra o bom senso, o banho é inevitável, salta-se.
Pois chegou o momento. Já não se tem os pés no chão, ainda não se chegou à água e não há nada em que se agarrar de modo a abortar a operação. Este é o instante em questão, está-se voando. Quem diria, voando sem avião nem asas, rumo à água.
A primeira idéia que vem à cabeça é a de que o choque térmico é inevitável, depois toda a vida passa como um filme relàmpago a mostrar nossos erros e acertos e principalmente os saltos anteriores em que juramos não mais tomar banho em piscina gelada.
Neste ponto o arrependimento. Tardio.
Tchum! Chuá!
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