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Poesias-->TOLAS ILUSÕES -- 24/08/2010 - 13:10 (FERNANDO PELLISOLI) |
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Sou um poema sem jeito
Cavalgando desilusões:
No devaneio onde me deito,
Moram tolas ilusões!
Procuro um ser perfeito
Dentro do corpo material,
Mas sou espírito imperfeito
Onde germina o mal.
Risco do meu céu de ilusão
Esta vontade de ser rei:
Quem já não fez alusão
A um Deus que inventei?
O verso sou eu animado
Nesta estrada sem caminho:
Pode o meu ser amado
Vegetar sem teu carinho?
A dor fica presa no peito
De um poeta sem freio:
O que vai dizer o prefeito
Desta tristeza que leio?
O ópio do verso impróprio
Anula a alegria incontida:
Se o meu temor é próprio,
Quem vai conter a vida?
A beleza se esvai
Na velhice do corpo cansado:
Quem é que não vai
Ter um rosto desfigurado?
Nasce a manhã defunta
No quarto do poeta louco:
Quem tem dor na junta
E ainda acha pouco?
(por Fernando Pellisoli)
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