Usina de Letras
Usina de Letras
81 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62262 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10450)

Cronicas (22538)

Discursos (3239)

Ensaios - (10376)

Erótico (13571)

Frases (50652)

Humor (20037)

Infantil (5449)

Infanto Juvenil (4775)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140814)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6202)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->E A VIDA CONTINUA -- 22/05/2009 - 11:02 (GIVALDO ZEFERINO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ranieri estava se livrando de um caso que mantinha com Luciana, uma enfermeira que conhecera no hospital, por ocasião de uma visita a um amigo operado de apendicite. Ele convidou-a, ela aceitou o convite. Saíram juntos, uma vez, duas, três... cada vez mais se envolviam em aventuras amorosas. Mas, com o tempo, paulatinamente, o coração de Ranieri se distanciava do coração de Luciana; os afagos de Luciana não mais satisfaziam nem seguravam aquele homem inquieto, que muitas vezes, eximia-se de um encontro, com um pretexto qualquer.
Naquela noite, ingressaram numa casa de festas, divertiram-se, dançaram, beberam algumas cervejas e, por volta das quatro horas da madrugada, agasalhavam-se nus e resfolegantes na cama de um quarto de motel. Mas Luciana não estava feliz. Mirava, com ansiedade, aquele homem que tanto amava, dormitando preguiçosamente a seu lado.
– Ranieri, tu me amas? perguntou-lhe timidamente.
– Hum?
– Perguntei se tu me amas.
– An-rã!
Ela suspirou angustiada, relembrando o dia em que a chamara de princesa. A relação entre os dois já durava mais de um ano, porém, seu fim estava decretado.
Outro dia, quando voltava da faculdade, deparou-se com ela, completamente nua, deitada em sua cama.
– Luciana! gritou surpreso.
– Se Maomé não vai à montanha...
– Você enlouqueceu? Como conseguiu entrar no meu apartamento?
– Pela porta!... Senti saudade, uma enorme saudade de você e vim lhe fazer uma visitinha. A porta não estava trancada à chave... Entrei e aqui estou ansiosa para transar com você, meu amor. Não me recrimine. Muitas vezes, fizemos isso. Afinal, sexo não é amor. Venha... Sou toda sua! Me ame... mesmo de mentirinha... Me abrace, me afague! gemia com trejeitos sensuais.
– Luciana, você está fora de si...
– Acertou, Rani. Estou completamente fora de mim... Estou em você... Hoje, o dia todo, só pensei em você. Eu dizia a mim mesma: será que o Rani está em perigo?... Doente?... Por que não veio mais me ver?... Talvez, ele precise de mim! Uma força estranha me arremessou de repente até você. Não era minha intenção, juro!
Ranieri aproximou-se dela tentando persuadi-la a se vestir. Inesperadamente, ela se enlaçou em seu pescoço, e o beijava com loucura, arranhando suas costas com as unhas, sugando-lhe o peito... Ele, vencido por sua insistência, entregou-lhe o corpo, e consentiu que saciasse seu desejo. Ela dava gritos de prazer, uma mistura intercalada de riso e de pranto, enquanto esfregava-se em Ranieri com sofreguidão. Após o ato, permaneceram deitados, em silêncio. Nenhum dos dois estava satisfeito. Ranieri se condenava por não ter tomado uma atitude mais enérgica. Devia tê-la forçado a se vestir, voltar para casa, e a questão teria sido encerrada de pronto. Luciana havia se embriagado. A despeito de tudo, ainda o considerava como o seu homem, seu ancoradouro. A bebida a persuadira. Em situação normal, indubitavelmente, não teria agido daquela maneira.
Encerrada a fase de embriaguez, Luciana desculpava-se arrependida de tamanha palhaçada. Fora uma cena extremamente ridícula, humilhante, e desastrada. Estava abatida, indignada consigo mesma. Saiu do apartamento, cabisbaixa, e nem se despediu de Ranieri. Precisava urgentemente reagir, esquecê-lo e seguir outro rumo. “Adeus, Ranieri!” disse em pensamento. “Obrigada, pelos momentos agradáveis que desfrutamos juntos. Agora, preciso cuidar de mim. Adeus, Rani! Foi muito bom enquanto durou”. Jurou a si mesma que um incidente igual, jamais, haveria de acontecer. "Perdoa-me por ser tão frágil. Juro-te que, nunca mais, haverei de te constranger... Adeus!"


Um turista norte-americano que fora acidentado e estava sob os cuidados de Luciana não perdia tempo em cortejá-la.
– Como está se sentindo, senhor William?
– Bem melhor, Luciana. Só com a sua assistência é que poderia suportar o sofrimento provocado por esta maldita cama!
– Tenha paciência. Logo, o senhor vai se recuperar.
– Logo!... Sentirei saudade de você, Luciana. Muita saudade. Você é maravilhosa...
– O senhor é muito gentil, senhor William.
– Quando eu receber alta, retornarei à minha casa. Você já pensou em conhecer meu país?
– Nunca havia pensado nisso. Ademais...
– Não conhece o meu idioma.
– Não é só isso, senhor William...
– Luciana, tenho negócios vinculados a este país e, constantemente, me comunico com empresários brasileiros. Desta vez, eu vim ao Brasil para espairecer. Estava muito solitário e destinei gozar minhas férias por estas bandas. Mas, veja o que me acontece: um belo acidente faz-me descobrir a mulher mais maravilhosa do mundo, no desfecho da festa. É uma grande ironia, não acha?... No final da festa!
Luciana fingia não entender as declarações do turista e lisonjeava-se com seus galanteios, porém, mantinha-se alheia, ressentida com os últimos acontecimentos.
– Você está intimada a me visitar. Não a deixarei em paz enquanto isso não acontecer.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui