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Poesias-->SURTO DOENTIO -- 24/08/2010 - 10:53 (FERNANDO PELLISOLI) |
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Desfaz a cabeça do sonho
Na procura do teu amor,
Pois sou louco suponho
Nesta invernada de dor.
Sangra o coração demente
Na loucura do transtorno,
Mas é a alma quem sente
A tristeza do contorno.
Teus traços não contestam
Toda beleza que os reúne,
Mas os meus poemas atestam
Toda esta tristeza imune.
Surtei de saudade carioca
Que fisgou a minha vida:
Escapei da minha oca
Na vertigem descabida!
Como não pensar no amor
Que eu perdi em Copacabana?
O peso ingente desta dor
Comprime-me e me insana.
Meu surto é tempestade
Que corrompe o meu luar,
Pois não tenho imunidade
Neste meu pobre e triste voar.
Ah, doce amor amorenado
E com cabelos pretos e lisos!
Eu, que já fui o teu amado,
Não tenho dentes, nem risos...
Deveria ingerir silício
Pra desbravar toda loucura:
Se ainda não tivesse vício
Neste meu amor sem cura!...
(por Fernando Pellisoli)
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