301 usuários online |
| |
|
Poesias-->PACIÊNCIA INQUIETA -- 24/08/2010 - 09:16 (FERNANDO PELLISOLI) |
|
|
| |
Os nervos me dilaceram
Na espera escaldante.
E os meus dentes que eram
Um sorriso que encante?
Dói o vazio enlouquecido
No oco do meu peito:
Eu que não sou querido
Na solidão onde me deito!
Aguardo o juízo final
Destinar-me ao infinito.
E acabar com este mal
Onde me deito e reflito.
Sopra o vento do sonho
No quarto desta poesia,
Porém se eu suponho
O desastre da alegria?
Vem o santo desdobrar
Meu inferno (meu transtorno);
Pois eu não posso amar
O teu belo contorno.
O abuso deste instante
Que aflora o meu sofrer,
Que não quer que eu cante
Até a hora de morrer!
Fixo no fado indiscreto,
Eu confabulo com a lua.
A alma não é de concreto,
Mas se move na rua...
O desespero me destrói
Escamoteando o sonho.
E o espírito me constrói
Num Cristo enfadonho...
(por Fernando Pellisoli)
|
|