Esfacelada,
Na linha do horizonte,
A minha alma se estremece em dores mil,
Numa contínua dança cavernosa.
Sou o sopro da ventania anunciando verões úmidos
No candelabro das emoções empedernidas,
Atravessando inúmeras galáxias
Das Vias Lácteas.
E na minha mediunidade inspirada e intuitiva,
[ouço vozes dos espíritos me intuindo...
Haverá dias intermináveis
Na constrição do arrepio da expiação apropriada
À evolução do meu espírito,
À depuração das minhas inegáveis imperfeições...
Sou o avesso do corpo material
Navegando desilusões!
O suporte da minha mediunidade esclarecida
São os Espíritos Superiores evocados,
No primor das elucidações,
[que elevam o meu Ser...
II
Não tenho nada.
Não tenho formação acadêmica
- além de três faculdades incompletas,
Além de uma variedade de multi-sonhos
Não realizados.
Sou a inviabilidade de uma idealidade crônica
Prenunciando novos verões frutíferos,
Novos verões cariocas...
Ah, que saudades de Copacabana
[que faz rebrilhar os meus olhos!...
III
À espera de novas resoluções,
Que mudarão a trajetória do meu fado,
Sou um gato escaldado num mundo de assombrações,
Literalmente camuflado e escondido.
Vivo mais além de mim,
Do que propriamente dentro de mim mesmo,
Como se já fosse um Ser incorpóreo...
Confabulando com os espíritos,
Vou escrevendo a minha poesia pellisoliana
[munido da fé científica.
(por Rafael Gafforelli)
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