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Poesias-->SUPLÍCIO ILUMINADO -- 23/08/2010 - 21:53 (FERNANDO PELLISOLI) |
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Carrego nas minhas costas
O peso dilacerante de uma cruz extremamente pesada,
Convivendo com as dores do pranto
Quase que irreparáveis.
Sou o desperdício jogado na lixeira
De uma vida transtornada de efêmeras ilusões,
De desafetos imemoráveis
Em construção de esperanças quase que letais.
Sou um desastre em curso
[construindo animosidades...
Atravesso a loucura
Do labirinto enquadrado no meu esquálido mundo,
Absorvendo o meu próprio veneno
Onde estou sempre contido.
Sou uma janela de vitral esquecida no velho tempo,
Rumorejando o olhar das atenções.
Às vezes, chego a pensar
Que não vou suportar os trâmites do meu suplício,
Tramando o meu suicídio
[centenas de vezes adiado...
II
Ainda que os espíritos
Iluminem-me através do conhecimento transcendental,
Navego em mares crivados de tristezas;
Sou uma letra do alfabeto
Inteiramente insulada, sem poder formar sílabas...
É muita atrocidade sobre os meus ombros
Que eu ando meio nervoso,
Que eu ando desorganizando o meu pensamento,
Que eu ando impaciente e perplexo
[De aporrinhações...
III
O meu suplício é iluminado
Porque eu sou apenas o começo de um fim orquestral,
Porque eu sou a árvore madura
Que ainda não deu os frutos da minha literatura.
Contido no meu quarto suplicado,
Eu versejo os meus versinhos de tristezas mil.
Como ignorar o peso dos meus olhos
Que já não derramam sequer uma única lágrima?
Só a compreensão do Espiritismo
[Pra me salvar do suicídio...
(por Rafael Gafforelli)
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