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Poesias-->INTEMPÉRIES DO AMADORISMO -- 23/08/2010 - 19:42 (FERNANDO PELLISOLI) |
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Tenho que preservar
A distância imponderável da minha aflição inquestionável,
Pois devo sobreviver às intempéries do amadorismo
Refletidas no meu desamor.
II
Tudo transparece no navegar do meu barco inconstante,
Amadurecendo a verdade imensurável da paixão
Que renasce na durabilidade das horas
Do relógio inexato.
É no transplante irreversível da plástica inviolável,
Que eu recobro a memória instigante do velho momento,
Onde eu me recomponho na silhueta do amor
[que ficou comigo.
III
A esperança é uma criança generosa e purificada,
Pois o vento me diz da capacidade extraordinária
Do renascer das cinzas amortizadas
Na torpeza do veneno.
IV
A adrenalina do meu cérebro endiabrado
Atravessa os ecos do universo nítido e inviolável,
Na plena paisagem onírica da cosmologia
Que reflete na alma.
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu componha 10 mil poemas,
E que o cantar dos passarinhos eloqüentes
[seja do Rio de Janeiro.
V
Eu fui falho e ínfimo
Na minha ânsia esotérica de felicidade no orgasmo,
Pois eu acreditava no gozo das minhas horas
Sugando o fel da tua inocência...
VI
Mas tudo se desfaz na loucura do prejuízo,
Pois toda ternura será inevitavelmente preservada
No preservativo da inocência
Do amor indolente...
Quem disse que eu não falei de amor nos meus versos?
Tudo é derradeiro e momentâneo de prazeres,
Pois o gozo implacável e insaciável
[desafina na impotência.
VII
Posso sobreviver sem o cheiro do teu corpo moreno,
Pois navego nos mares da idealidade humana,
Convergindo aos apelos da serenidade
Inquieta da emoção.
VIII
Sou apenas um fazedor de versos
Caminhando lentamente sobre os degraus da vida,
Pois é devagar que se chega ao longe
Na evolução do espírito.
A paciência é o tempo magistral da alma acalentada,
Pois somos testados na viabilidade dos momentos,
Como se todo o princípio de superioridade
[nascesse do conformismo...
(por Fernando Gomes)
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