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Poesias-->SUBJETIVISMO SURREAL -- 23/08/2010 - 18:40 (FERNANDO PELLISOLI) |
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Eu não vou afirmar
Que o cansaço de produzir poesia
Seja tão-somente um desânimo corporal, pois é mentira:
A brutalidade do esforço é intelectual!
Mas se poetar é a minha sina,
Então eu vou me esbaldar nesta tristeza
Onde eu sou uma utopia
E rumorejo de velhas saudades.
Depois de um gole de café amornado
(pois o deixo ao lado esfriando as minhas idéias)
Como quem deseja esquecer o ócio
[deste anormal sofrimento...
II
Tudo não faz mais sentido
Sem a presença sensual da musa amada
Que devo desabafar: só me restou a minha poesia
Que me impede de morrer!
Intimamente enlouquecido,
Vou parir o privilégio dos 10 mil poemas
No meu êxtase produtivo e inventivista crônico
Da incomensurabilidade criativa
Os meus versos devem ser ilógicos
Pois a vida que eu revivo não tem lógica alguma
E a melancolia do tempo vário perdido
[é infindável...
III
Detesto o prazer do consumo
Tipificado em pessoas materialistas:
Desconhecem a existência de mundos mais ditosos
Onde tudo se aprimora!
Não me interessa as novidades tecnológicas
Quero apenas parir os meus tristes poemas
Metamorfoseando-os em livros
Em todas as livrarias.
Mas se eu não agradar os meus leitores
Então aumentarei 100 mil vezes a minha tristeza
E morrerei paulatinamente no tédio das horas inválidas
[com o meu mundo já acabado
(por Fernando Gomes)
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