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Poesias-->EXISTE O NADA? -- 23/08/2010 - 17:47 (FERNANDO PELLISOLI) |
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Estou no absurdo momento
De acreditar que o nada é possível
Dentro da sua inteligível inverdade do existir
No infinito dos universos
Será que não existe um buraco
Obscurecido no infinito das coisas eloqüentes
Com a nulidade de expressão
De um louco vácuo?
Eu procuro um pedaço ínfimo nos sistemas planetários,
Ou num sítio dos universos espaciais
Onde tudo é impertinente e ilegível demonstração
[do meu esconderijo
II
Já não posso fugir do barulho
Das correntes impiedosas do SISTEMA CAUDILHO
Desencarquilhado nos meus silêncios
Cheios de barulhos!
Há de existir um nada
(ainda que o Espiritismo certifique-nos do contrário)
- um tristonho poeta (e morto-vivo)
Merece o esmorecimento do nadismo!
Queria esquecer-se de mim
Nesta desesperança ferrenha em perfurar
Uma saída imediatista ao fulgor
[do desistencial...
III
Infelizmente, a morte não existe
A não ser num processo transitório
Na libertação transcendental do imortal Espírito
Anelando o seu habitat
Como fugir de mim mesmo
Na minha loucura hermenêutica e imponderável
Conquistada ao conjugar a vida
Entre os desejos errantes.
Nem no sono eu consigo desligar:
A minha mente é povoada por loucos pesadelos
(que já foram sonhos)
[borbulhando por milagres...
Pra não dizer que eu não falei de amor,
Afirmo que amo a minha transitória e louca poesia
Pois ainda persisto neste inmundo
No delírio de poetar
(por Fernando Gomes)
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