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| Poesias-->MEU FUNDO CALABOUÇO -- 23/08/2010 - 17:15 (FERNANDO PELLISOLI) |
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Os meus versos são melancólicos
Pois não há santo que possa mudar esta história
De fluir felicidade no amargor letal da infelicidade
No meu fundo calabouço
Nada é mais “tangível”
Do que a tristeza que coabita no meu coração
Surtando o meu débil sentimento
Incapaz de reação.
Como não sofrer a perda da mulher amada?
Como não enlouquecer na perda de três faculdades?
Como não surtar na perda de um currículo de trinta anos
[duramente acumulados?
II
A riqueza que me restou
Foi a minha poesia esfacelada e esquartejada
Na qual estou espantosamente derramado no meu pranto
Em gemidos de infelicidades
Não posso renegar,
Quando estou versejando versinhos
Eu sinto, num lampejo, que eu sou
Eternamente feliz (e isto me basta!)
Se por uma fatalidade me faltar à poesia
Eu vou me suicidar ou morar debaixo de um viaduto,
Pois sou cavernosamente triste
[no apagar das luzes...
(por Fernando Gomes)
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