O Dr. Teixeira, bom cirurgião-dentista e amigo, realizava suas cirurgias no hospital, sempre com anestesia geral. Numa manhã, resolve extrair vários dentes infectados de uma senhora de meia-idade.
A extração foi fácil e rápida, mas Teixeira observou que os globos oculares da operada começaram a crescer e saltaram para fora das órbitas. Então, assustado e muito nervoso, tentou empurrar os olhos para dentro das órbitas, mas não deu resultado. Pensou em costurar as pálpebras e aprisionar os olhos em suas cavidades, mas desistiu.
Ele não entendia como aquilo tinha acontecido, pois ele operara a boca e não os olhos.
Foi aí que o anestesista, vendo o desespero do cirurgiãodentista, deu o seu palpite:
“Teixeira, acho que você, ao extrair os dentes com as raízes infectadas, desencadeou pelo trauma cirúrgico um edema retro-ocular e deu nessa coisa horrível. É melhor você chamar um oftalmologista”.
Teixeira tinha uma prima, assistente na faculdade de Medicina, cuja especialidade era Clínica e Cirurgia Oftalmológica, e a chamou, pedindo que viesse com urgência.
Após uns 20 minutos de espera, eis que chega sua prima oftalmologista, com muitos anos de janela, com muita prática e experiência na especialidade.
A prima entra na sala de cirurgia, paramentada, tranqüila e sorridente. Ao ver a paciente com os dois olhos enormes e exteriorizados, parecendo um ET, leva um susto e, apavorada, balbucia:
“Teixeira, o que foi que você fez com essa mulher?”.
Para encurtar a história, enfaixaram a cabeça e os olhos da paciente e, nada mais restando a fazer, resolveram rezar.
Após três dias, retiraram a faixa e os olhos estavam perfeitos e dentro das órbitas. De fato, tinha sido um edema retro-ocular.
A paciente ficou boa, mas o Dr. Teixeira ficou muito traumatizado e hoje é dono de vários `tiques`: pisca seguidamente, a língua fica mais fora do que dentro da boca, apresenta um jogo de ombros altamente suspeito e, até mesmo, comprometedor.
O único `tique` que não tem é o `tique-refeição`, continuando numa lona desgraçada.