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Poesias-->FALTA DE SORRISO -- 18/08/2010 - 21:14 (FERNANDO PELLISOLI) |
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Sou um poeta sério.
Com tantas injustiças do que me vou rir?
Se a vida é um mistério,
Quando é a minha hora de partir?
Tenho a minha expiação
Para então derramar o tamanho do meu pranto,
Pois se eu vivo na minha aflição
É que não sou santo...
A minha alegria falseada
(nos embustes maquiavélicos dos prefeitos)
É tênue e língua dilacerada
Nos corações gélidos dos eleitos...
Eu quero a verdade,
Ainda que doa deverbalmente a minha alma.
Sou um poeta de meia idade
E não tenho calma...
Sou o poeta da loucura
Porque transpiro o tédio das minhas andanças.
Neste mundo não existe a fissura
No torpor das panças...
Se eu tenho um fascínio
É escrever a minha tênue e porosa poesia,
E a invalidez do meu mínio
Tem cheiro de maresia...
II
Com tanta injustiça,
Será que é ético navegar em tamanha alegria?
Eu não gosto da tua missa
Ó pedófilo de guria!
Não quero desanimar
A juventude ingênua e despreparada,
Pois se ela só quer me amar
Que me ame na madrugada...
Os meus versos
Não desejam menosprezar as humanidades;
Mas somos todos diversos
Em várias realidades...
São tantas ilusões
Que nos ferem cotidianamente,
Metamorfoseando-se em vis desilusões
No egocentrismo da mente...
A minha linguagem
É de um adepto do Espiritismo;
Mas eu faço a minha voltagem
No aconchego hermético do meu lirismo...
Eu quero me descrever
Na solidariedade trágica dos oprimidos,
Pois então eu vou escrever
Aos iludidos...
(por Fernando Pellisoli)
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