RIDENDO DICERE VERUM
"Foi preso em Brasília aquele político adepto de práticas pouco ortodoxas. Transportava dólares... na CALCINHA". Essa foi a última informação que recebi pela Internet.
Desde Collor e PC Farias não circula na rede mundial tamanha quantidade de charges, piadas, anedotas... O humor, sob todas as formas, cáustico, anárquico, criativo, satirizando, ridicularizando e desmoralizando a "troupe" do senhor Lula -- aliás, grafado atualmente "Lulla", em clara alusão ao senhor Collor. Na verdade, a revolta popular, mais abrangente do que a da era "collorida" pela generalizada decepção e desesperança que causou, e o sentimento de impotência diante dos acontecimentos, canalizam para o humor a impossibilidade de "quebrar o pau".
Felizmente, e com melhor resultado, pois nada destrói mais as reputações do que o humor. Personalidades, instituições, "filosofias", doutrinas, rolaram para a sarjeta da história quando alcançadas pela verrina do humor, que é contagiante, surpreende-nos desprevenidos, libera a serotonina (que é o hormónio do bem-estar) e obtém a adesão imediata e espontànea de todos. Não me refiro, claro, ao chamado "humor negro" que, afinal é drama, tragédia. O contrário do humor, o discurso raivoso, aceso, furioso, colérico, amedronta; resulta em instintiva reação de defesa, mecànica, fruto da natureza.
Uma ligeira visão pela história mais recente, lembra a utilização do humor pelos aliados na Segunda Guerra Mundial e, mais recente, pelos artistas e pelo povo brasileiro durante o governo militar. O Salão do Humor de Piracicaba, realizado anualmente, as tiras dos jornais e a internet são pródigos em revelar os aspectos grotescos, as caricaturas humorísticas da vida nacional, com seus políticos, os Delúbios, Dirceus, Valérios "et catervas" que infelicitam a nação.
Por isso os romanos sentenciavam:
-- "Ridendo dicere verum".
(Rindo, dizer a verdade).
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