A minha poesia sou eu
Dentro de um lunático labirinto,
Onde a vida já me comeu
E nem o seu estômago eu sinto...
O tempo passa chispando
Dentro da minha mente mentecapta;
Mas eu não vivo chorando
Por onde o luar me capta...
O meu universo poético
São as minhas emoções dilaceradas,
E, porquanto eu não seja cético,
Trago desconfianças desveladas...
Luzes ofuscam sobre mim
Na esperança de salvar a minha vida;
Mas eu, que só vejo o meu fim,
Tenho a alma toda repartida...
Escrevo os meus delírios
Para não morrer de todo enfim;
Mas se na morte me vierem os lírios,
Eu refuto toda a minha tristeza afim...
(por Fernando Pellisoli)
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