A propósito do artigo do amigo e jornalista Carlos de Jesus Pompe, “Escola é lugar de religião?”, vale o registro de algumas considerações.
Concordo, plenamente, com o Carlos, no que tange à sua opinião de que não se deve ministrar aulas de religião nas escolas, com base nas crenças deste ou daquele grupo religioso. Além de inconstitucional, esta medida seria tendenciosa e abarcaria, apenas, um ou outro tipo específico de crença; ferindo, portanto, a liberdade de pensamento e de escolha.
Mas, respondendo à indagação que dá título ao artigo ora em comento, acho que sim: a escola é o lugar ideal para que se ministrem aulas de religião, desde que, evidentemente, com outra metodologia.
As aulas não entrariam nos aspectos de culto e crenças de cada religião. Limitar-se-iam a falar, de forma ecumênica, sobre questões comuns a todas as religiões; questões que não pertencem a nenhuma delas, com exclusividade.
A fé, o amor ao próximo, a fraternidade, a cooperação, o perdão e outras virtudes, seriam os temas a serem abordados em sala de aula.
Proibir, simplesmente, seria perder a oportunidade de agregar qualidade ao ensino; que perderia a chance de criar condições de influir, de forma positiva, na formação do caráter dos jovens adolescentes.
Questões como ética e moral, por exemplo, acabariam surgindo naturalmente,no calor das discussões. E isto me parece bom para a formação integral do aluno, no seu caminhar para a maturidade.
Os benefícios seriam incomensuráveis. Talvez, quem sabe, estaríamos, pela via indireta, combatendo os vícios, a violência e a criminalidade e tantas outras mazelas nas quais se apóiam e se reforçam a falta de sentido para a vida.
Aulas de religião, sim. Para realçar as virtudes de cada ser humano. Quanto aos cultos e crenças, a Constituição Federal já deu o tom da liberdade de escolha. E a escolha dependerá da família, num certo momento, e da própria pessoa, num segundo momento.
11 de novembro de 2003
|