O Natal está aí e tenho que falar de um presente que ganhei com alguma antecedência, um grande presente que fez muita diferença. Falo do livro da minha amiga Urda, de Blumenau, “Crônicas de Natal e Histórias da Minha Avó”. Ela me enviou o livro, de véspera, eu o li e em seguida mandei-lhe uma mensagem, agradecendo-lhe por ressuscitar o Natal dentro de nós. E ela rapidinho respondeu, afirmando que eu dissera a coisa mais linda sobre o seu novo livro. Mas eu não disse nada mais que a verdade. Quem ler o livro, há de concordar. Como não voltar àquelas tardes mágicas da nossa infância, quando “ajudávamos” as nossas mães a fazer, a assar, a pintar os biscoitos de Natal?
Fazer doces de Natal e enfeitar uma árvore na sala de visitas significava que o grande dia estava muito próximo, que a noite que trazia Papai Noel para entregar presentes e chocolates, aquela fantástica noite finalmente estava chegando. Sim, porque acreditávamos que Papai Noel existia, abençoada infância! E Urda nos traz de volta essa inocência, no questionamento entre crianças que fomos, certeza inquestionável naquela idade, porque Papai Noel existia, sim! E o Dia de São Nicolau, tão desconhecido, até por nós! Era a prévia do Natal, no início de dezembro, nos dezembros esquecidos da minha infância, já longe.
Urda me devolveu o espírito do Natal, com “O dia mais mágico do ano”. E não é verdadeiramente mágico? Meus filhos já são quase adultos, não temos mais crianças em casa, e uma casa sem criança perde um pouco o espírito do Natal. Criança faz com que a gente não esqueça a existência do Criador, do Cristo que é a razão do Natal. A criança nos dá a certeza que Ele ainda acredita no homem. Enquanto houver crianças, saberemos que Deus estará nos dando, ainda, um voto de confiança.
E Urda nos conta mais, conta a história de um Natal na África – sua irmã, também escritora, viveu na África - conta as suas histórias de Natal e as histórias de sua avó. Exímia contadora de histórias que sempre foi, nada escapa a sua sensibilidade de escritora, a sua emoção e lirismo de poeta. Sim, porque apesar de não escrever versos, toda a obra de Urda está repleta de poesia.
Tenho certeza que o Natal será muito mais Natal para aqueles que tiverem o privilégio de ler o livro de Urda. Faltava um livro assim, que devolvesse ao Natal a sua condição de festa mágica, que devolvesse o seu encantamento simples de comemorar o nascimento de um menino especial, que viria para trazer essa esperança de renovação, de tempos novos e melhores. Isso tem de ser comemorado, sempre, com aquelas canções tão nossas conhecidas, com os doces, com o Papai Noel dos brinquedos das crianças, com as árvores enfeitadas, com a neve de mentirinha, com as histórias de nossas avós, com uma oração saída do coração numa noite de encantamento, pedindo ao aniversariante que esteja conosco para que possamos cultivar a paz num tempo novo que está sempre começando.
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