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Humor-->DESCARTANDO OS PNEUS VELHOS -- 24/06/2004 - 11:43 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O QUE FAZER COM OS PNEUS VELHOS ?
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Faz algum tempo, eu li um artigo muito interessante sobre a questão da destinação dos pneus velhos. Como descartá-los, sem prejudicar a natureza e o meio ambiente ? É que os pneus velhos, se jogados fora sem critérios, representam um grave problema ecológico, nos alerta o artigo. O material de que são feitos são bastante duráveis, permanecendo intactos por cerca de seiscentos anos, até a sua total decomposição. Aqui no Brasil, segundo o artigo, no ano de 1999, foram produzidos cerca de 40 milhões de pneus, dos quais 20 milhões viraram lixo.

Quando os pneus são jogados fora sem critérios, transformam-se em verdadeiros criadouros de mosquitos transmissores de várias doenças, exatamente pelo acúmulo de água parada, fato que tem causado sérios problemas endêmicos. Quando incendiados, por qualquer motivo, liberam grande quantidade de fumaça tóxica, passando a polui o ar que respiramos.

Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, o problema assume proporções alarmantes. E isso por conta, exatamente, da importação de pneus velhos, recauchutados pelas grandes nações, e exportados para o terceiro mundo. Este procedimento acaba, indiretamente, resolvendo o problema das grandes potências, mas, de outra parte, agrava o nosso, posto que, na verdade, o lixo - que vem de fora – junta-se ao daqui de dentro, aumentando a quantidade de pneus velhos.

O problema é semelhante em relação a todos os produtos tóxicos e/ou elaborados com material de difícil decomposição. Caso do plástico e das baterias de celulares. É mais um aspecto do alto preço que pagamos pelos “avanços” tecnológicos. A rigor, não se tem dado atenção às conseqüências éticas, morais, ambientais e de saúde, quando se elabora um novo produto. Geralmente, a questão é decidida, apenas, sob a ótica econômica, da rentabilidade, do retorno, do lucro fácil. Coisas do capitalismo selvagem e/ou predatório.

Assim, essa cultura de apego excessivo à acumulação de capitais, acaba sobrepondo-se às questões de ordem humanitária, onde o ser humano perde sua condição de prioridade absoluta inserta nos objetivos maiores de todas as ações governamentais, passando, infelizmente, a mero detalhe no processo econômico, de devastação e indiferença para com o meio ambiente, e para como a vida, de modo geral. É o lado estúpido do ser humano. O lado egoísta. Pois não se pensa nas próximas gerações.

Um assunto puxa outro. Pensando bem, há pneus velhos em quase todos os lugares. A política, por exemplo, está cheia de pneus velhos e recauchutados. Pneus, que há tempos deveriam estar no lixo do esquecimento, e que insistem em continuar rodando, atrapalhando o trânsito do progresso e da modernidade.

São pneus recauchutados e que, á cada nova eleição, são apresentados e oferecidos como novos, envolto em promessas de bom desempenho e bons resultados; propaganda enganosa, que iludem os eleitores menos avisados; pedestres que são atropelados nas ruas e estradas por onde transitam o lixo mascarado de pneus velhos, que já não conseguem acompanhar as estradas dos novos tempos. Estradas que sinalizam para o desenvolvimento com justiça social. Que exigem manutenção permanente, renovação de asfalto e de sinalização, e novos rumos e retornos. A bem da verdade, é o que todos precisamos: de um trânsito perfeito; com pneus novos e com garantia de durabilidade e segurança para todos. Pneus novos, frutos de boas idéias e de muitas pesquisas. que ofereçam um mínimo de confiança e de segurança.

Mas nem tudo está perdido. Há sempre uma saída. E o artigo – que se comenta - nos mostra quais seriam elas. Uma das possibilidades seria a de usar os pneus velhos para gerar energia. Com um poder calorífero quase três vezes superior ao da madeira, “cerca de dez pneus seriam suficientes para abastecer de energia uma residência pequena por uma semana. Assim, poderíamos pensar em queimar, de início, dez pneus velhos ou recauchutados que concorrerão nas próximas eleições. São pneus que sempre rodaram na contramão das estradas de nossas esperanças. Pneus que valem, no máximo, R$260,00 por mês.

Os pneus também poderiam ser aproveitados na construção civil; especialmente para contenção de encostas, nas cidades brasileiras com áreas sujeitas a desabamento, como o Rio de Janeiro, São Paulo e Vitória, por exemplo, em épocas de chuvas. Nestes locais, os eleitores poderiam escolher quais pneus serviriam de encostas. E quais seriam jogados no lixo do esquecimento, a fim de garantir a segurança das nossas estradas.

Outra solução seria a reciclagem, pura e simplesmente. Aqueles candidatos que se reciclarem para melhor, apresentando novas idéias e novos projetos, fariam parte do elenco a ser reutilizado nessas eleições, em face do bom resultado exibido após a reciclagem. Os demais, cuja reciclagem não se fez acompanhar de critérios da coerência política, de observância às questões de ordem ética e moral, enfim, que não demonstrassem qualquer possibilidade de esperança e de segurança para todos os que trafegam na rodovia chamada Brasil, seriam considerados produtos piratas, de má qualidade, e iriam para o lixo hospitalar, e seriam incinerados da vida pública. .

Mas, sempre é bom lembrar, a questão dos pneus velhos não se resume apenas aos candidatos. Muito mais sério, porque em maior quantidade, são os pneus velhos que se encontram rodando no âmbito do eleitorado. Aqui, a reciclagem se faz mais do que necessária. Não se pode, simplesmente, queimar os pneus velhos, pois isto equivaleria a anulação do voto. O que não é bom para a democracia. Nem utilizar pneus velhos para servir de encostas. Seria como votar em branco; ficar de lado; omisso. O que também não seria bom.

A única solução, portanto, é a dupla reciclagem: candidatos e eleitores. Principalmente os eleitores. Para que votem com consciência. Sem obsessão por este ou aquele partido. Pensando no que seria melhor para o seu país. Para si e sua família. A fim de que pudéssemos dar tratamento adequado aos nossos pneus, novos ou velhos, mas sempre seguros do que fazem em benefício de todos: crianças, jovens e adultos, homens e mulheres, que possuam, ou não, carta de eleitor. Assim, estaríamos colaborando para a reciclagem seletiva do lixo, aproveitando, de forma mais inteligente, todo o lixo descartável. E incinerando o lixo inservível.

24 de junho de 2004


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