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Artigos-->Eutanásia animal: um assunto controverso -- 22/04/2001 - 18:02 (Claudia Sanzone) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Todo mundo sabe que, na vida, a morte é a única certeza. No entanto, quase ninguém se põe a divagar sobre o fim da sua própria existência biológica. A morte implica separação definitiva até que certos preceitos religiosos mostrem o contrário. Então, acabamos por temer não só "passagem" daqueles que nos cercam, como também a nossa "última viagem". E quem são aqueles que estão a nossa volta? São os parentes, amigos, seres humanos e também os animais de estimação.



A complexa relação que o homem desenvolveu com os animais de estimação faz da eutanásia uma prática delicada. Por ironia etimológica, o termo em questão, que vem do grego, significa "morte boa". Não existe respaldo legal para esse procedimento ético que objetiva a cessação da vida dos animais com enfermidades incuráveis. Portanto, são os conceitos religiosos, culturais e pessoais de cada um que fazem da eutanásia um método controverso, uma dúvida que oscila entre a condenação e a absolvição da consciência.



É de conhecimento popular que tudo na vida tem seu lado bom e seu lado ruim. E as duas faces dessa mesma moeda estarão presentes também na hora em que inserimos um membro de quatro patas na família. O ente peludo vai ganhando a amizade das pessoas da casa enquanto cresce, às vezes envelhece e, um dia, inevitavelmente, morre. Quando o companheiro apresenta uma insuficiência crônica e irreversível de um ou mais órgãos, por exemplo, algo parece farejar os momentos cruéis que se seguirão. Nesses casos o sofrimento físico do cão ou do gato atuará como uma prensa - na consciência dos seus responsáveis - suplicando uma solução. Até que chega a hora fatídica de decidir sobre um destino que não lhes pertence propriamente.



Cabe a nós, veterinários, cumprir com a obrigação moral de esclarecer sobre o processo envolvido na eutanásia, bem como o estado de saúde crítico dos nossos pacientes terminais. Porém, a decisão final deve ser do dono do bichano. Por não haver sustentação legal para o sacrifício de animais, a eutanásia não pode ser banalizada. O limite entre a morte induzida nas doenças terminais e a crueldade infligida contra seres vivos, que é crime, precisa ser devidamente estabelecido.



Por outro lado, qualquer tentativa de persuasão contrária, ou seja, o desestímulo à realização da eutanásia pode se transformar numa atitude egoísta. O proprietário é quem sabe sobre suas limitações financeiras ou emocionais. Pacientes caninos e felinos incuráveis e gravemente doentes inspiram uma série de cuidados especiais. E, para que seus últimos meses ou dias de existência sejam mantidos com o mínimo de dignidade, há um gasto considerável de tempo e de dinheiro. Todavia, muitos "pais" e "mães" são absolutamente contra o sacrifício. Encaram o desafio e se desdobram para oferecer o máximo conforto possível aos seus "filhotes" até que o Lá de cima se encarregue do inevitável.



A eutanásia é um procedimento sem volta. Uma decisão delicada e difícil como essa não pode ser tomada sem bases sólidas. Portanto, o respeito e o esclarecimento são os pré-requisitos fundamentais para o bom entendimento entre o profissional e o cliente. Caso contrário, uma situação constrangedora e desagradável pode surgir nessa relação. E todos saem perdendo.



O sepultamento do ex-companheiro é a última preocupação dos proprietários zelosos. Hoje em dia existem cemitérios e até um “pet memorial” que servem de última morada para os “pets”. Independente do método de sepultamento ou cremação, mais uma vez não podemos esquecer de respeitar a vontade dos donos e também as normas de higiene, protegendo o meio ambiente.



No que tange à questão religiosa, vale ainda citar uma característica existente em certas culturas. Os espiritualistas crêem que os animais têm alma. Segundo a teoria panteísta dos hindus, por exemplo, uma pessoa pode perfeitamente reencarnar num animal e vice-versa. Eles não enterram uma minhoca sequer, sem antes seguir um ritual sagrado para encomendar sua alma. Então, caro leitor céptico, se ao passar dessa para melhor, você se deparar com um pastor alemão vigiando as chaves de São Pedro ou um pit bull defendendo o caldeirão do chifrudo, saiba que será chegada a hora de dar uma reformulada nas suas concepções religiosas.



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