É no entardecer,
quando os primeiros retalhos de sombra cobrem a terra
anuncinado a escuridão, que meu peito mais aperta.
Sinto a ausência da luz.
É como se não houvesse a esperança de uma nova manhã,
rompendo a alvorada com suas flexas luminosas,
trazendo em sua cauda a esperança do recomeço.
É no entardecer,
que recolho o amargo da saudade
e da ausência dos amores não vividos,
e da vida abdicada.
Aproveito esse momento pra chorar,
pois o brilho ofuscante da claridade,
já não existe, e minhas lagrimas não conseguem reluzir.
É no entardecer,
que sinto um aperto no peito e fico quieta,
esperando a dor passar.
E ela passa, por mais que custe,
ela passa.
Valentina Fraga |