ENTREGA TOTAL
Abri meu coração e meu corpo e entreguei tudo.
Tudo que tinha, meu segredos, meus desejos,
meus medos, meu amor, meus suores, meus sabores.
Simplesmente sai de mim, e me deixei a mercê.
Como um barco que navega à deriva, ao sabor
do teu vento me entreguei.
Sem reservas, sem medo, me declarei.
Jurei meu amor de todo o meu coração.
E sei que te deliciastes, com meus beijos,
meus carinhos, meus afagos, e minhas declarações
encheram teu ego, e te deram conforto e prazer.
Nem sei como, me esvasiei tanto assim.
Fui completa, desprotegida, sem alertas.
E sem perceber pulei no grande abismo do amor.
A queda foi livre, com vários intervados de batidas
pelas encostas, mas sempre em queda constante.
A cada tentativa de parar, o desejo de voar era maior,
e novamente perseguia o desejo de amar.
Mas não estava preparada pra não ser amada assim,
e só depois de muito tempo pude perceber
que tudo o que havia, só havia em mim.
Era meu apenas o sentimento, era solitario, nada em par.
Não fui trocada, traída, usada, talvez, por minha culpa.
Fui apenas, um lance, uma distração, um deslize,
uma fatalidade, uma imaturidade, sei lá quantos nomes
se dá, a uma desculpa tola pra um simples desejo de amar.
Mas tudo que acontece na vida, serve de aprendizado,
não só como lição, mas aprender a observar de outra forma
outros que estão à sua volta, e suas atitudes, e perceber
ainda mais, que pessoas se repetem em suas ações,
e certamente, já existiram outros abismos,
outros necroterios da paixão.
RJ 21.06.2010.
Valentina Fraga |
