PARA QUÊ TANTAS PALAVRAS?
Maria Hilda de J. Alão.
Para quê tantas palavras?
Deixa que tuas mãos falem,
Que declamem poemas divinos
Percorrendo meu labirinto feminino.
Para quê teatrais monólogos
Se o que desejo de ti é o fogo
Que sai das profundezas
Do teu explosivo vulcão?
Para quê um dilúvio de palavras
Se meus seios conhecem o teu peito,
E travam diálogo, entre toques de desejo,
Tendo como mediador o coração?
Não percas tempo murmurando,
Quero-te como um leão faminto...
Vês? Estou passiva, sou presa
Nesta caçada antropofágica.
Tenho sede! Quero o vinho de tua boca,
Derramá-o na minha garganta seca,
Embriagá-me como se fosses Baco,
E faz de mim ardente amante
Sempre que na cama eu esteja,
Despida do jeito que vim ao mundo,
Sentindo-te arar a minha carne
Para plantar a semente do teu amor...
12/12/04.
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