Usina de Letras
Usina de Letras
233 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62173 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50576)

Humor (20028)

Infantil (5424)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->O ANJO DISFARÇADO -- 26/03/2009 - 05:51 (Vera Linden) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O Anjo Disfarçado



A professorinha olhou e revirou o papelucho na bolsa, mas era aquele endereço mesmo, Rua das Camélias, 91. O trocador do ônibus não a enganara. Mas, que rua tétrica, santo Deus. Era tão longe, este bairro com nome esquisito. Lembrara a voz vacilante da moça ao telefone, depois ligara de volta e viera a mensagem: este telefone não existe. Era de arrepiar. Mas, a esperança de um dinheiro extra fizera dela uma pessoa de coragem indômita, igual ao título do filme, que a avó sempre falava. Umas aulas particulares sempre rendiam bem. Vida de professora é dureza. Mais uma aluna, mais uma ajuda para comprar o seu sonhado PC.



Na esquina, um bar e na única mesa ocupada, aquele homem de terno, chapéu e guarda-chuva pretos. E o cheiro de suas roupas? Pareciam ter saído da loja naquele momento, impecáveis. A pele era estranhamente branca e macilenta. Antes que ela perguntasse qualquer coisa, o homem lhe dissera: "- Moça vá embora logo deste lugar, siga à direita e logo encontrará uma parada de ônibus, este passará mais próximo de sua casa. Não hesite, vá. Isto aqui é muito perigoso. O número 91 não existe." Ela sentiu um calafrio e sem pensar muito, saiu quase correndo do local.



Ela chegou na parada, no mesmo momento apareceu um ônibus salvador.Perguntou ao trocador e, de fato o ônibus passava próximo a sua casa. Então, mais calma, colocou os pensamentos em ordem e lhe surgiram perguntas: Quem era o homem de preto? Como ele sabia o endereço dela? O número 91 não existia mesmo na rua das Camélias? A última pergunta, o motorista pode lhe responde: não havia este número lá com residência, era só um terreno vazio. Há muitos anos, havia um bar neste local e depois de uma briga, fora morto o João Bilheteiro. Ele era um homem calmo, boa pessoa, meio excêntrico, pois andava de verão a inverno com um terno e um chapéu pretos, sem esquecer o guarda-chuva. Chegou a sua parada, desceu atônita e estremeceu ao olhar para o ônibus, sentado em um banco atrás de onde estava, viu o chapéu do homem de preto. Eram cinco horas da tarde.



No outro dia, na manchete da primeira página do jornal, estava estampada a notícia: Outra vitima do tráfico de drogas. Violência e morte na rua das Camélias, no número 94, às cinco horas da tarde. A polícia conseguira prender um dos traficantes, mas uma bala perdida atingira uma moça. Ela pensou no homem de preto, uma sensação de gratidão tomou conta de seu coração e de sua mente. Fora salva por ele, talvez ele era um anjo disfarçado de João Bilheteiro.



(Por Vera Linden- Março de 2008)













Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui