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Cartas-->Desconstruções -- 05/11/2003 - 15:22 (Lilian Ferracioli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Quando a gente conhece uma pessoa,
construímos uma imagem dela.
Esta imagem tem a ver com o que
ela é de verdade, tem a ver com as
nossas expectativas e tem muito
a ver com o que ela "vende" de si
mesma.
É pelo, resultado disso tudo que
nos apaixonamos. Se esta pessoa
for bem parecida com a
imagem que projetou em nós,
desfazer-se deste amor, mais
tarde, não será tão penoso.
Restará a saudade, talvez uma
pequena mágoa,mas nada que
resista por muito tempo. No final,
sobreviverão as boas lembranças.
Mas se esta pessoa "inventou" um
personagem você caiu na arapuca,
aí, somado à dor da separação, virá
um processo mais lento e sofrido:
a de desconstrução daquela pessoa
que você achou que era real.
Desconstruindo Flávia, desconstruindo
Gilson, desconstruindo Marcelo.
Milhares de pessoas estão vivendo
seus dias aparentemente numa boa,
mas por dentro estão desconstruindo
ilusões, tudo porque se apaixonaram por
uma fraude, não por alguém autêntico.
Ok, é natural que, numa aproximação, a
gente "venda" mais nossas qualidades
que defeitos.
Ninguém vai iniciar uma história dizendo:
muito prazer, eu sou arrogante, preguiçoso
e cleptomaníaco. Nada disso, é a
hora de fazer charme. Mas isso
é no começo. Uma vez o
romance engatado, aí as
defesas são postas de lado e
a gente mostra quem realmente
é, nossas gracinhas e nossas
imperfeições. Isso se formos honestos.
Os desonestos do amor são aqueles que
fabricam idéias e atitudes, até que um
dia cansam da brincadeira, deixam cair
a máscara e o outro fica ali, atônito.
Quem se apaixonou por um falsário, tem
que desconstruí-lo para se desapaixonar.
É um sufoco. Exige que você reconheça
que foi seduzido por uma fantasia, que
você é capaz de se deixar confundir, que
o seu desejo de amar é mais forte do
que sua astúcia. Significa encarar que
alguém por quem você dedicou um
sentimento nobre e verdadeiro não
chegou a existir, tudo não passou de
uma representação - e olha, talvez até
não tenha sido por mal, pode ser que
esta pessoa nem conheça a si mesma,
por isso ela se inventa.
A gente resiste muito a aceitar
que alguém que amamos não é,
e nem nunca foi, especial.
Que sorte quando a gente sabe
com quem estálidando: mesmo
que venha a desamá-lo um dia,
tudo o que foi construído se
manterá de pé.

Matha Medeiros


e-mail: l_ferracioli@hotmail.com
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