Usina de Letras
Usina de Letras
155 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62072 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50478)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->POEMAS TRADUZIDOS - FRANCISCO MIGUEL DE MOURA -- 07/06/2010 - 07:53 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
POEMAS TRADUZIDOS – FRANCISCO MIGUEL DE MOURA



NO DESERTO

Tradução de

Francisco Miguel de Moura

(poeta brasileiro)



No deserto, eu vi

Uma criatura nua, bestial,

Agachada no chão,

Segurando o coração nas próprias mãos,

Comendo, comendo-o.

Perguntei, então:

– Isto é bom, amigo?

E ele respondeu-me:

– É amargo, amargo. Mas

Eu gosto dele

Porque é amargo

E porque é meu.





IN THE DESERT



Stephen Crane

(poeta estadunidense)





In the desert

I saw a creature, naked, bestial,

Who, squatting upon the ground,

Held his heart in his hands,

And ate of it.

I said, “It is good, friend?”

“It is bitter – bitter”, he answered,

“But is like it

Because it is bitter,

And because it is my heart.”





UM DEUS EM CÓLERA



Tradução:

Francisco Miguel de Moura

(poeta brasileiro)





Era um deus em cólera. Vi-o

Batendo num homem

Ruidosamente.

Feias pancadas tiniam.

E o levou ao chão.

Muitos vieram vê-lo,

Correndo.

O homem na luta se esguelava,

Loucamente mordia os pés de deus.

A multidão apenas gritava:

«Ah, que malvado homem!»

E -

«Ah, que formidável deus!»





A GOD IN WRATH



Stephen Crane (187l-1900)

(poeta estadunidense)





A god in wrath

Was beating a man:

He cuffed him loudly

With thunderous blows

That rang and rolled over the earth.

All people came running.

The man screamed an struggled,

And bit madly at the feet of the god.

The people cried,

“Ah, what a wicked man!”

And –

“Ah, what a redoubtable god!”





A FLEXA E A CANÇÃO



Henry W. Longfellow(1807-1882)

(poeta estadunidense)





Atirei uma flecha no horizonte

E ela caiu em terra, não soube onde;

Porque, de tão veloz que voou, a vista

Não poderia seguir a sua pista.



Atirei uma canção no horizonte

E ela caiu em terra, não soube onde;

Pois quem tem vista forte e penetrante

Capaz de acompanhar o som viandante?



Mais tarde e longe, num carvalho enfiada,

Eu vi, inteira, a flecha arremessada;

E a canção, do início ao fim, consigo

Achar depois, no peito de um amigo.





THE ARROW AND THE SONG



Henry W. Longfellow(1807-1882)

(poeta estadunidense)





I shot an arrow into the air,

I fell to earth, I knew not where;

For, so swiftly in flew, the sight

Could not follow it in its flight.



I breathed a song into the air,

I fell to earth, I knew not where;

For who has sight so keen and strong

That it can follow the flight of song?



Long, long afterward, in an oak

I found the arrow, still unbroken;

And the song, from beginning to end,





MORRI PELA BELEZA



Tradução:

Francisco Miguel de Moura

(poeta brasileiro)



Morri pela beleza. Porém ainda há pouco

Tempo me acostumara à moradia nova,

Quando alguém que pela verdade se fora

Foi posto vizinho à minha cova.



E perguntou baixinho porque eu tombara.

«Pela beleza», respondi-lhe. «E eu,

Pela verdade. Não são a mesma cousa?»

«Somos irmãos», ele me respondeu.



E ficamos conversando de uma a outra cova,

Encontrados na noite e, assim, parentes,

Até que o musgo alcançasse os nossos beiços

E cobrisse os nossos nomes completamente.







I DIED FOR BEAUTY



Emily Dickinson (1830 -1886)

(poeta estadunidense)





I died for beauty, but was scarce

Adjusted in the tomb

When one who died for truth was lain

In an adjoining room.



He questioned softly why I failed,

“For beauty” I replied

And I for truth. Themself are one.

We brethren are” he said.



And so, as kinsmen met a night,

We talked between the rooms,

Until the moss had reached our lips

And covered up our names.





NÃO SOU NINGUEM



Tradução:

Francisco Miguel de Moura

(poeta brasileiro)





Não sou ninguém. Quem é você?

Você não é ninguém também?

Então há um par de «nós».

Não diga nada - você sabe, nos baniram.



Quão melancólico ser alguém

Tão público - que nem uma rã,

A dizer o nome durante junho inteiro

A um venerando pântano.





I’M NOBODY, WHO ARE YOU?



Emily Dickinson (1830 -1886)

( poeta estadunidense)





I’m nobody. Who are you?

Are you nobody too?

Then there’s a par of us.

Don’t tell – they’d banish us, you know.



How dreary to be somebody,

How public – like a frog –

To tell you name the livelong June

To an admiring bog.





OS CIRURGIÕES...



Tradução de

Francisco Miguel de Moura

(poeta brasileiro)



Os cirurgiões devem ter muito cuidado

Quando tomam de um bisturi.

Debaixo de suas belas incisões

Move-se o réu - a vida, a vi...





SURGEONS…



Emily Dickinson(1830 – 1886)

(poeta estadunidense)





Surgeons must be very carefull

When they take the knife.

Underneath their fine incisions

Stirs the culprit, life.





SONETO DA CARTA



Tradução:

Francisco Miguel de Moura

(poeta brasileiro)





Amor de minha entranha, escuro flerte,

em vão espero uma cartinha tua,

e penso, como a flor murcha da rua,

que se vivo sem mim, quero perder-te.



Nosso ar é imortal, e a pedra incrua,

não conhecendo a sombra - não a evita,

coração interior não necessita

do mel gelado que nos verte a lua.



Porém sofri por ti, sangrei, fiz cenas,

tigre e pomba, em tua volta, o` criatura,

em duelo de mordiscos e açucenas.



De vozes me enche, oh, vem, minha loucura!

Ou deixa-me viver com minha penas

a noite da alma para sempre escura.





SONETO DE LA CARTA



Frederico García Lorca (1898-1936)

(poeta espanhol)





Amor de mis entrañas, viva muerte,

en vano espero tu palabra escrita

y pienso, con la flor que se marchita,

que si vivo sin mi quiero perderte.



El aire es inmortal. La piedra inerte

ni conoce la sombra ni la evita.

Corazón interior no necesita

la miel helada que la luna vierte.



Pero yo te sufrí. Rasgué mis venas,

tigre y paloma, sobre tu cintura

en duelo de mordiscos y azucenas.



Llena, pues, de palabra mi locura

o déjame vivir en mi serena

noche del alma para siempre oscura.







UMA ESTAÇÃO DO METRÔ



Francisco Miguel de Moura

(poeta brasileiro)



O fantasma destes rostos na massa

Pétalas na umidade, galho de árvore-graxa.







A STATION OF THE METRO



Ezra Pound (1885 – 1972)

(poeta estadunidense)





The apparition of these faces in the crowd;

Petals on a wet, black bough.





Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui