...E seguirei tão sutil
quanto trilha de perfume
num desabafo de lume
na rebeldia do fútil
e, no descuido do útil.
Como som me espargirei
além de limites natos
devagarzinho entrarei
na renúncia do recato
na denúncia dos maus tratos
do que vivi e é fato.
De mim e não do outro lado,
me fundi ao advérbio
no vazio do provérbio
e a clichês não contados
Que nem riacho me vi
braços, ramos vigorosos,
dentre tabus sinuosos
mais de mil formas estendi
bem sei, num trilhar sinuoso,
em meus mistérios gozosos.
Saltei fogueira e mil raios
entre junho e setembro...
Minha fagulha se estende
ao se imiscuir, mal me lembro,
desse querer de cobra
a rastejar pelas sobras
entre o abrir da flor de maio
à brisa que não entende
ser cidadã sem ser gente
.
Com precisão, de soslaio,
menti ao chão da avareza
eu, marginal sem convites,
ultrapassei o terreiro
além de orixás, palpites,
no meu solo por inteiro
na riqueza e na pobreza
nas secas brutas, enchentes,
aos céus pedi como gente,
benquereres de sementes
gorjeio dos sabiás,
"não gorjeiam como lá"
chão de sonho_ Brasileiro!
Elane Tomich
T.Otoni, 25 de dezembro de 2009
|