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Poesias-->Braços e tudo mais -- 18/04/2010 - 21:28 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Braços e tudo mais



Como o pé ressente o pano

eu te trituro

sobe, anda...



Nessa noite em que falaste

vinho

capa

mesa e lustre

demarcaste até a calçada

que virias

que não é nada.



Os lugares tem memória

eu?

Sensório

nestes poros

como se fossem lanternas

e então as pernas:

quase abertas

mas fechadas

te esperando

madrugada:

tu falavas.

Eu calada.



E na beira

dessa escada

que interrompe a minha sala

com vontade de ter quarto

me anuncia como fêmea

me delata

(me detenha!).



Não entendes:

quero o fora

quero embora.



Quero aqui ou em qualquer lado

e depois te quero longe

como tempo

ou como Vênus.



Sei vazio e linha reta

sem as mãos e sem as pernas;

quase loucas, quase abertas

eu imploro a frase inteira:

se quiseres sobe a escada mas depois

te quero embora!

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