Bonitinha, Mas Ordinária?
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Que a terceira ponte, construída em Brasília, DF, ligando o Plano Piloto ao Lago Sul, a denominada Ponte JK, é linda, todo mundo sabe. Que foi um projeto de engenharia de elevada complexidade técnica, também. Que foi um sucesso, a sua construção, idem. Que engenheiros e auxiliares estão de parabéns, não tenho dúvidas. Que a ponte é o novo cartão postal de Brasília, também. É ponto pacífico. Mas, apesar de tudo, não podemos esquecer que o projeto da obra, quando foi aprovado, ainda no governo de Cristovam Buarque, foi orçada em R$ 40 milhões. No primeiro governo de Roriz, o custo da obra passou para R$ 70 milhões. E terminou com a conta em torno de R$ 163 milhões. Quantia que significa mais de 50% do que foi destinado, este ano, de recursos para serem aplicados em obras e investimentos: cerca de R$ 317 milhões. As perguntas que todos os cidadãos fazem são as seguintes: A lei de licitações e contratos permite aumentar o custo do objeto licitado em mais de 25% do seu valor inicial? O Tribunal de Contas do Distrito Federal já se pronunciou a respeito? Não havia outros projetos de caráter social, mais significativos, de custo menor e mais prioritários do que a ponte? O que foi gasto com a ponte não seria, neste momento, melhor aplicado nas áreas de saúde, educação e segurança pública? Perguntar não ofende.
Domingos Oliveira Medeiros
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