Era a Aldeia
Era aldeia, era candeia.
Era a luz do sol mais frio.
Era o rio a cortar a planície do lugar.
A alma nem era quente, nem fria.
Tinha o calor do mundo que ali havia.
Era depois a cidade a mostrar a beleza,
que não tinha.
Se tinha, não era minha. Era estranha.
E a dor era tamanha, difícil de suportar.
Era a vida da corrida, da ida e da vinda.
Parecia não findar.
Até que cheguei ao mar.
No bem que cada um tem há sementes
a germinar.
Fragmentos de outros tempos sempre
a ameaçar que a paz vai acabar.
Lita Moniz
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